No dia 24 de outubro será lançada oficialmente a Gostei (Android, iOS), empresa que faz a ponte entre motoristas e passageiros. O novo app brasileiro de transporte começa como um piloto na região de Jundiaí/SP, mas sua intenção é ter alcance nacional. Em cinco anos, o plano é estar em 30 regiões metropolitanas do Brasil e a estimativa do break even é 2024. Seu diferencial para os demais concorrentes é ter o foco no motorista, o elo identificado como o mais fraco nesta cadeia. Para atraí-lo, a empresa pretende: fixar sua taxa de 25% por corrida, sem flutuações; informar em cada viagem, de maneira simples e direta, quanto o profissional vai ganhar na corrida; e oferecer cursos profissionalizantes de modo a promover a mobilidade social dessa pessoa.
“Fizemos uma pesquisa nacional para entender as questões do motorista. Identificamos que o problema não é de mobilidade (urbana), mas de resolução de um conflito local. A resolução desse conflito passa por oferecermos segurança, transparência e rentabilidade para esse profissional. A longo prazo, queremos promover a mobilidade social do motorista. Mais de 60% não têm o segundo grau completo. Nossa verba de marketing terá um percentual voltado para a educação profissionalizante dessa pessoa e vamos dar condições para que ele não continue conosco”, explica Antonio Vieira, sócio e CEO da Gostei.
Para a prova de conceito, serão aceitos 120 motoristas. A empresa já conta com 100 cadastrados. A PoC dura até março do ano que vem, porém, a Gostei pretende crescer de forma orgânica e somente quando indicadores de qualidade de seus dois clientes – passageiro e motorista – forem atingidos.
Conhecendo seu público
A ideia da Gostei nasceu há 20 meses e seu investimento foi de R$ 2,5 milhões, direcionados ao desenvolvimento da plataforma, com a contratação de seis desenvolvedores, mas também para pesquisas de mercado, como entrevistas com motoristas e passageiros para entender as necessidades de cada um. Ao todo, a empresa possui 12 profissionais, sendo dois sócios.
A ideia não é competir com seus concorrentes em preços, mas fazer com que as corridas tenham valores mais previsíveis tanto para o motorista quanto para o passageiro.
“Colecionamos todas as impressões e, na nossa concepção, essas três partes precisam ser equilibradas. Depois de mais ou menos 500 entrevistas, notamos que precisávamos compensar a parte que está mais frágil, o motorista. Esses três atores (empresa, motorista e passageiro) precisam de um nivelamento e quem ficou para trás foi o motorista. Acreditamos que, com a valorização do motorista, as três partes ficam em pés de igualdade. E, se fizermos o investimento para dar satisfação ao motorista, o usuário será bem atendido. É um círculo virtuoso”, resume Vieira.
Jundiaí
O início por Jundiaí tem um propósito. A cidade do interior de São Paulo possui um IDH alto e está entre os três maiores PIBs do estado. Segundo pesquisas realizadas pela Gostei ou analisadas pela empresa, o comportamento do consumidor nesses IDHs altos favorece o app de transporte. Nessas regiões, no ano 2000, por exemplo, 28% das pessoas entre 18 e 34 anos possuíam carros, sendo que, a partir de 2015, esse número caiu para 23%. Entre 35 e 49 anos, no ano 2000, 39,2% tinham veículos e o número caiu para 29,9% em 2015. E, para completar, mais de 90% da população é usuária de smartphones.
B2B
A Gostei também pretende oferecer serviços para empresas a partir do ano que vem. São viagens programadas, usando vouchers, com a possibilidade de uma pessoa dentro da empresa fazer a programação dessas viagens.