O CEO da Housi (Android, iOS), Alexandre Frankel, explica que o objetivo de longo prazo de sua companhia é oferecer imóveis com custo zero de compra ao consumidor. Durante o Mundo Zenvia, o primeiro evento aberto da empresa de CPaaS e CX para o mercado brasileiro, nesta quinta-feira, 6, Frankel explicou que a ideia é que o consumo do morador dentro de sua moradia pague pelo local.
Por enquanto, essa estratégia acontece com 200 parceiros que ofertam produtos dentro dos prédios da Housi. Isso permite a redução indireta do preço da locação, uma vez que o modelo da companhia começa com assinaturas mensais a menos R$ 1 mil em grandes cidades, como São Paulo.
“Estamos crescendo muito ao trazer diversos setores da economia (para a Housi). Uma pessoa com três salários-mínimos consegue alugar um apartamento de R$ 900. Com tudo que ele consome dentro do prédio, com esses elementos dentro do prédio, a moradia fica mais barata. Queremos chegar à moradia zero, pois o que pagará é o que ele consome dentro do prédio”, explicou o CEO.
“Oferecemos modelo de assinatura igual ao da Netflix. Aquele modelo de ficar endividado por 30 anos pagando o imóvel, quem gosta apenas é o banco. Queremos que as pessoas fiquem mais tempo com a família”, comparou.
App phygital
Atualmente com mais de 100 mil clientes em 120 cidades, a Housi possui 200 parceiros em sua base. Frankel destaca entre eles a Localiza com oferta de car sharing, iFood com armários inteligentes, Magalu com aluguel de bens de consumo, Liv Up com dieta balanceada para o morador e até serviço de pet com a Zee.Now.
O executivo compara essa oferta feita pela Housi com a evolução dos dispositivos analógicos para o digital: “Estamos levando as empresas para dentro da moradia. E a facilidade para o morador. Ele vai consumir tudo dentro de casa. Tudo é feito pelo app, da conversa com o porteiro até a reserva da área comum, tudo é 100% digital. E tudo gera dados que são importantes para as empresas”, relatou.
“Já estamos vendo canais específicos sendo criados para o cliente. Temos mais de 200 empresas parceiras da Housi. Tentamos trazer tudo que transforma a vida do usuário. O que enxergo é que as pessoas deixam de ir ao varejo e passam a consumir de casa. Isso vai guiar o consumo do dia a dia”, previu o executivo. “Acredito que mais apps estarão dentro do prédio, em um modelo phygital. Em muito pouco tempo. Pode ser da compra do sapato até a comida”, completou.
Tempo x metro quadrado
Frankel acredita que este movimento foi puxado pela pandemia do novo coronavírus com as pessoas passando mais tempo em casa. A companhia, que oferece imóveis por assinatura de até 10 metros quadrados, acredita que a virada do modelo tradicional de moradia está em trocar o oferecimento de “metro quadrado por tempo quadrado” para a pessoa passar mais tempo perto do trabalho, dos amigos e familiares.
Vale dizer que, antes da pandemia, a companhia chegou a oferecer cápsulas de moradia que existem no Japão – aquelas que basicamente são camas e só.