Telegram

Pavel Durov, CEO do Telegram (Crédito: TechCrunch Disrupt)

O CEO e fundador do Telegram (Android, iOS), Pavel Durov, teceu fortes críticas à segurança do WhatsApp e acusou o rival de criar backdoors deliberadamente nesta quinta-feira, 6. Por meio do seu canal oficial no app de mensageria, o executivo criticou a recente brecha encontrada nas versões do WhatsApp para usuário final e do WhatsApp Business para Android.

Divulgada na semana passada, a falha permitia a um hacker ter acesso ao celular da vítima após a pessoa clicar em um vídeo danoso ou começar uma ligação em vídeo no mensageiro. A brecha recebeu alta criticidade (9,8 de 10 pontos) do Banco Nacional de Vulnerabilidade do Departamento do Comércio dos EUA, mas já foi corrigida.

Ainda assim, Durov aproveitou a descoberta do problema para atacar o rival.

“Todo ano, nós descobrimos algum problema no WhatsApp que coloca todos os usuários em risco. Isso significa que já existe uma nova falha de segurança lá. Tais problemas dificilmente são acidentais – eles plantam brechas. Se uma backdoor é plantada e precisa ser removida, outra é aberta”, disse Durov, sem dar provas.

Em outro trecho, o CEO do app de mensageria disse: “Não interessa se você é a pessoa mais rica do mundo – se você tem o WhatsApp instalado no seu telefone, todos os dados de seu smartphones podem ser acessados, como aconteceu com Jeff Bezos. Por isso apaguei o WhatsApp do meu celular anos atrás. Ter este app significa ter uma porta aberta em seu handset”, relatou.

O caso citado pelo executivo do Telegram foi divulgado no The Guardian em 2020. Na época, o jornal britânico teve acesso a uma investigação da ONU que revelou Bezos como vítima de um esquema hacker do governo da Arábia Saudita, após receber do príncipe saudita Mohammad Bin Salman uma mensagem encriptada com malware no WhatsApp. Tanto na matéria do Guardian como no jornal de Bezos, Washignton Post, não há menção alguma citando ação deliberada do WhatsApp no caso, mas, sim, ação unilateral do governo saudita – que negou a invasão por meio de seu Twitter.

Embora Durov tenha dito que não está puxando as críticas para “forçar os usuários do WhatsApp a migrarem” e se unirem aos 700 milhões de usuários ativos que têm no mundo hoje, o CEO do Telegram disse na mesma frase a seus usuários: “Você pode usar qualquer app de mensageria, mas você tem que desinstalar o WhatsApp – ela é uma ferramenta de vigilância há 13 anos”, atacou.

A Meta e o WhatsApp não responderam ao ataque de Pavel Durov. Seus principais executivos, Will Cathcart, head do WhatsApp, e Mark Zuckerberg, CEO da Meta, também não teceram comentários até o final desta noite.

Teto de vidro

Vale lembrar, o Telegram também tem problemas de segurança e responsabilidade. A equipe do app chegou a ser intimada a se adaptar à legislação eleitoral brasileira para o combate às fake news, algo que ignoraram mais de uma vez. Mas recuaram e assinaram acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em março deste ano, depois de o ministro Alexandre de Moraes pedir a suspensão do app no País – ação que foi revogada pelo próprio magistrado na sequência, após aceno de Durov.

 

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