Lançado em setembro, o smartphone top de linha da brasileira Positivo, o S480, visa concorrer na gama média (mid-range) do segmento no País, em especial com o Moto G, da Motorola. A intenção da fabricante é boa: oferecer um aparelho com especificações equivalentes, como processador quad-core de 1,3 GHz, 1 GB de RAM e tela de 4,5 polegadas, além do sistema operacional Android (KitKat) em sua versão quase pura. Isso com uma pequena vantagem no preço, que é de R$ 599 – R$ 100 a menos do que o concorrente.
No frigir dos ovos, no entanto, a Positivo ainda não chegou lá. O S480 é um dispositivo funcional, mas não consegue superar o Moto G. Seja por aspectos de hardware, especialmente a resolução da tela, ou pela integração com o software do Google – que ainda era detentora da Motorola quando do lançamento do Moto G –, a fabricante norte-americana consegue extrair um resultado mais próximo dos aparelhos mais abastados com o seu mid-range.
O smartphone da fabricante curitibana tem qualidades, mas a tela e o acabamento não saltam aos olhos. Indubitavelmente superior aos demais modelos da empresa, o S480 ainda tem a aparência de barato em seu design. Mas a maior diferença fica mesmo com a tela: 0,5 polegada menor do que a versão atual do concorrente da Motorola, ela tem uma resolução de 854 x 480 pixels. A falta de definição é notável não apenas em aplicativos e jogos, mas também em vídeos.
O processador da MediaTek é aparentemente um pouco menos potente do que o Qualcomm Snapdragon 400 que equipa o Moto G. Isso se torna notável no uso simples, como troca de aplicativos, e em funções mais pesadas, como games. A câmera traseira de 8 megapixels não impressiona, tampouco a frontal, de 2 megapixels. Outros recursos são básicos em qualquer smartphone de entrada, como Wi-Fi 802.11n, função dualSIM e conexão 3G (faixas de 850 MHz e 2,1 GHz) e 2G.
O S480 não é um smartphone ruim, longe disso. Só que a concorrência com o Moto G o desfavorece, ainda que seja mais barato. E a chegada do Asus Zenfone 5 não deverá ajudar a Positivo na ingrata tarefa de concorrer com fabricantes internacionais. Vale lembrar, no entanto, que o dispositivo da empresa curitibana tem a vantagem de conhecer bem o mercado brasileiro e os canais de varejo, que podem ajudar a massificar a distribuição do produto em pontos de venda como supermercados e lojas de eletrodomésticos. Além disso, o acordo da Positivo com as operadoras TIM e Oi, anunciado no começo de outubro, permite um desconto de R$ 50 no preço final do produto: nas operadoras, ele sai por R$ 549, mas somente na cor preta. No varejo comum, o dispositivo sai por R$ 599 com capas nas cores prata e bordô .