Assim como as outras operadoras, a TIM está atenta ao que pode acontecer com a Oi em termos de consolidação. Mas a companhia não está de olho apenas no segmento móvel ou em compra de ativos. Segundo informou executivos da operadora da Telecom Italia nesta quarta, 6, em teleconferência de resultados, há interesse também em possível swap de fibra e contratação de capacidade de backbone da concorrente.
“Sem entrar muito em detalhes, para uma operadora móvel, o espectro, o backhaul e o backbone são ativos super importantes para a qualidade da rede. Com o nível de Capex do nosso plano, podemos usar isso para continuar a construir backbone e backhaul. Se alguns desses ativos [da Oi] estiverem à venda no mercado, é nosso dever avaliar e ver se pode adicionar valor ao nosso plano”, declarou o CEO da TIM, Pietro Labriola. O executivo explicou que o trabalho de avaliação da estratégia é diário, e que a tecnologia pode ser uma vantagem competitiva se implantada/lançada no momento correto.
Labriola diz que “faz parte do DNA” da operadora a estratégia de crescimento inorgânico em backbone, e cita o que acredita ser mais rápido e suficiente do que construir a própria rede. “No nosso ponto de vista, é muito mais eficiente fazer um swap, pois assim você terá custos neutro ou negativo”, afirma.
O CTO da TIM, Leonardo Capdeville, analisa que a Oi tem uma presença importante na infraestrutura de transporte, e que isso poderia ser utilizado também de outras formas, em vez de apenas como um ativo à venda no mercado. “A Oi é importante. O segmento móvel é um ativo claro, mas ela tem muita fibra, então é preciso ver a forma como isso estará disponível no mercado, pode não ser especificamente a venda, mas o aluguel da capacidade e o swap”, declara.
Também está na estratégia da TIM a ampliação de capacidade com ativos próprios, explica Capdeville. Além do refarming que a operadora executa com a faixa de 1.800 MHz, o próximo passo no plano de investimentos é o da implantação da tecnologia de múltiplas entradas e saídas massivas (massive MIMO) ainda no 4G, que ele acredita melhorar a capacidade de duas até quatro vezes utilizando o espectro existente.