O BNDES anunciou nesta quinta-feira, 6, a publicação do edital de chamada pública do programa BNDES Garagem, para a participação de empreendedores e startups em um programa de apoio ao seu desenvolvimento, no Rio de Janeiro. Serão priorizadas iniciativas em saúde e bem-estar, sustentabilidade social e ambiental, economia criativa, segurança, soluções financeiras, educação, Internet das Coisas e blockchain.
O BNDES destinou uma verba de R$ 10 milhões para a criação e aceleração das startups. A ideia é que entrem 30 projetos na categoria “criação” – ou seja, pessoas físicas ou empresas com propostas de negócios sem um MVP ou que precisem de ajustes no seu produto mínimo viável – e outras 30 startups num estágio mais avançado, para o apoio de projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação de empresas emergentes com receita bruta anual de até R$ 16 milhões.
“Considero esse o melhor projeto do ano do banco. Acredito que hoje seja um momento histórico para o BNDES porque ele vai transitar para uma atuação voltada para um conjunto de empresas com potencial de crescimento muito grande com a inovação e a tecnologia em seus DNAs. A ideia é dar uma cara nova ao BNDES. É uma iniciativa de grande envergadura a um custo relativamente baixo para o banco, mas que agrega um valor enorme ao ambiente de inovação e geração de negócios para o Brasil.”, explicou o presidente do banco, Dyogo Oliveira, durante a abertura do projeto, no espaço WeWork, no Centro do Rio.
Startups
Os responsáveis pelo edital das startups é o consórcio feito pela Wayra e a Liga Ventures.
A Wayra, é o hub de inovação do Grupo Telefônica, e uma corporação global de mais de uma década investindo em empresas. Passaram pelo seu processo de aceleração mais de 800 startups. Ela está presente em 11 países, sendo sete na América Latina e outros quatro na Europa. “Trabalhamos muito com o poder público para fomentar as startups. Por exemplo, na Inglaterra, trabalhamos com o governo britânico com cybersegurança”, exemplifica o country manager da Wayra, Renato Valente.
Já o papel da Liga Ventures será o de conectar grandes empresas e startups para geração de negócios. “Usamos processos de aceleração como um meio de fazer esses dois entes que têm protocolos de comunicação diferentes falarem a mesma língua”, explica o cofundador da Liga Ventures Rogério Tamassia. “O banco tem uma série de clientes e parceiros que podem usar os serviços ou produtos dessas entrantes. Isso é um efeito de rede: quanto mais empresas interessantes eu trouxer, mais startups interessantes vou conseguir apoiar”, acrescentou.
Oliveira acredita que os editais trarão ao Rio de Janeiro e ao Brasil um ecossistema mais sólido para as entrantes. “O movimento das startups é fundamentado no princípio da interação para gerar a inovação. O que o BNDES está propondo aqui não é um programa do manco, mas de parcerias coordenadas pelo BNDES, onde nós vamos usar nossa capacidade de mobilização em empresas e parceiros institucionais e tecnológicos para criar um ecossistema de inovação mais ampliado no Rio de Janeiro e no Brasil como um todo”, explicou o presidente do BNDES.
Datas
As propostas para o edital das startups serão recebidas até o dia 27 de janeiro e a divulgação dos selecionados para a segunda fase acontecerá no dia 1º de março. Nos dias 14 e 15 de março serão feitas as apresentações das propostas à banca de avaliação e, no dia 12 de abril serão conhecidos os três primeiros classificados.
Gestor do Centro de Inovação
O BNDES também anunciou outro edital, dessa vez para a seleção de gestor do futuro Centro de Inovação, ou seja, para a implementação e gestão do espaço próprio que vai abrigar essas empresas. A ideia é que ele seja inaugurado em novembro de 2019. Para esta etapa, Oliveira estima a criação de 1 mil postos de trabalho, e um espaço para, pelo menos, 200 empresas em plena operação. Para esse edital, o valor é de R$ 20 milhões por ano. Empresas ou consórcios interessados podem se inscrever até 15 de fevereiro de 2019.
Para mais informações, acesse o site da iniciativa.