A Meta cogita remover notícias do Facebook nos Estados Unidos caso o congresso aprove a chamada “lei de mídia”. O texto é uma proposta para facilitar a negociação coletiva de organizações de notícias com empresas como Google e Facebook.
Segundo a Reuters, os legisladores estão considerando adicionar a Lei de Concorrência e Preservação do Jornalismo a um projeto de lei de defesa anual obrigatório como forma de ajudar a indústria de notícias local em dificuldades.
Em um comunicado postado no Twitter, Andy Stone, porta-voz de Meta, diz que a empresa seria forçada a considerar a remoção de notícias se a lei fosse aprovada “em vez de se submeter a negociações ordenadas pelo governo que desconsideram injustamente qualquer valor que fornecemos aos meios de comunicação por meio do aumento do tráfego e assinaturas”.
Meta statement on the Journalism Competition and Preservation Act: pic.twitter.com/kyFqKQw7xs
— Andy Stone (@andymstone) December 5, 2022
Ele acrescentou que a proposta não reconhece que editoras e emissoras colocam conteúdo na plataforma porque “isso beneficia seus resultados – e não o contrário”.
Relembre
A atitude ameaçadora de Meta não é de hoje. Em fevereiro de 2021, o Facebook restringiu, na Austrália, páginas de noticiários e usuários de compartilharem ou visualizarem conteúdo australiano ou internacional de notícias. A empresa também bloqueou páginas de jornais, revistas e outros noticiários em suas redes sociais.
O motivo também foi a iminência da aprovação de uma lei chamada de News Media and Digital Platforms Mandatory Bargaining Code (Código de negociação obrigatório para plataformas digitais e mídia de notícias, na tradução). A legislação incluiu um código de conduta que permitiria às empresas de mídia negociar individualmente ou coletivamente com plataformas digitais o valor para exibir e vincular seus conteúdos.
Mas a proibição perdurou por cinco dias quando a plataforma fechou acordo para restaurar o compartilhamento de notícias no país, o primeiro no mundo.
Já na França, o regulador do país aplicou uma multa de 500 milhões de euros ao Google por não pagar os veículos de notícias.
Não à toa, no Brasil, em setembro de 2021, o Facebook anunciou um programa de investimento de três anos no Brasil para apoiar veículos de notícias e treinar milhares de jornalistas. O comunicado aconteceu nesta quinta-feira, 16, e a intenção é atender empresas de todos os tamanhos e regiões do País.
Como parte da iniciativa, a mídia social assinou acordos comerciais com 20 organizações de notícias e vai investir, adicionalmente a esses acordos, mais de US$ 2,6 milhões nos próximos 12 meses dedicados a fundos de inovação e projetos desenvolvidos em colaboração com associações de imprensa, que representam juntas mais de 200 veículos.