O modelo de negócios das operadoras móveis vai mudar com a chegada da quinta geração de telefonia celular (5G), prevê o presidente da Qualcomm, Cristiano Amon. Ele destaca entre as novas possibilidades que serão abertas às teles: a monetização de dados coletados pelas suas redes, a distribuição de conteúdo e a oferta de conectividade e soluções para novas verticais, especialmente com Internet das Coisas (IoT).
A nova geração de telefonia celular não vai impactar apenas o setor de telecom, mas provavelmente todos os setores da economia mundial. “Hoje há uma maior compreensão do poder da conexão móvel no desenvolvimento da economia. Sem o mobile não haveria Instagram, Uber ou Snapchat. Se vc olhar a China hoje e como o WeChat está desafiando fintechs e bancos… O 5G vai fazer o mesmo, com a diferença de que agora todo mundo entende a importância do mobile”, analisou Amon.
Com o uso de bandas de alta frequência, o 5G alcançará velocidades de vários Gigabytes por segundo, viabilizando aplicações de entretenimento imersivo, por exemplo. Ao mesmo tempo, garantirá baixa latência, menor que 1 ms, o que permitirá soluções de missão crítica em indústrias, assim como a comunicação entre carros autônomos.
Consolidação
Amon prevê também um processo de consolidação no setor das teles. “Haverá uma consolidação entre as operadoras para ganharem escala nos próximos anos, conforme o 5G se torna maduro”, projeta o executivo.
O executivo espera que muitas operadoras optarão por acelerar a migração para o 5G porque seu Opex será menor que aquele no 4G atualmente.
Amon participou nesta quarta-feira, 7, de um seminário sobre 5G organizado pela Qualcomm para jornalistas internacionais em San Diego, nos EUA.