Os principais executivos de Loggi e Frete.com (antiga CargoX) negaram a possibilidade de iniciar um processo de internacionalização no momento. Durante o Tech Founders, evento organizado pelo Itaú BBA nesta quinta-feira, 7, os CEOs das duas empresas afirmaram que o foco é crescer no Brasil.
“Escala é muito importante. Hoje o número um (em last mile) no Brasil são os Correios, nós somos o número dois. Prefiro mil vezes ser o número um no Brasil, do que ser o número dois em vinte países. O nosso foco é o Brasil”, disse Fabien Mendez, CEO da Loggi.
Por sua vez, Federico Vega, CEO da Frete.com, afirmou que para replicar a empresa brasileira em um mercado similar, como México ou Chile, o empresário precisa conhecer o local e saber quem controla o mercado.
Vega afirmou ainda que em um novo mercado, a entrante tem que ter um “parceiro poderoso” para não ser inimigo e alvo rápido dos líderes locais: “Em empresas O2O, como as nossas, embora digitais, o gestor precisa entender que ainda assim tem rivais no físico”, completou.
Desafios em 2022
Neste cenário, o CEO da Frete.com acredita que 2022 será um ano de muitos revezes e investidores terão de decidir quais companhias serão salvas. Vale dizer, Vega exclui deste horizonte unicórnios e empresas que estão no mercado há dez anos, aquelas que já aprenderam a trabalhar a liquidez.
No caso de Mendez, o executivo prevê um 2022 difícil na macroeconomia, algo que afetará as rodadas de investimentos em startups. Mesmo assim, o CEO da Loggi afirmou que há possibilidade de desenvolvimento das novas entrantes.
“O empreendedor no Brasil sobrevive em inverno nuclear. De 2014 a 2017 era inverno nuclear, investidores saíram do Brasil e mesmo assim surgiram empresas. Acho que vai ser igual nesses semestres”, disse. “Vai ter o fenômeno de correção para baixo. 2023 e 2024 serão anos em que os investimentos vão recomeçar. Por isso, o ideal é navegar com fundo de caixa de dois a três anos”, explicou.