Hoje há cerca de 1 milhão de dispositivos móveis nas mãos de funcionários de empresas gerenciados através de uma solução brasileira de MDM (mobile device management), a Pulsus. Ela foi criada em 2016 como uma unidade de negócios da MDM Solutions, que revende no Brasil plataformas estrangeiras de MDM. Como estas priorizam o público corporativo, com ferramentas voltadas para executivos do alto escalão de empresas, os fundadores da MDM Solutions decidiram criar uma solução própria com funcionalidades focadas no público operacional, ou seja, nas equipes de campo.
O preço foi um motivador a mais para a criação da Pulsus. As soluções internacionais custam caro e a alta do dólar piorou o problema. “O cliente pagava no celular por dois anos o mesmo que pagava por um ano de MDM. Então vimos que havia sentido ter uma solução focada nas equipes operacionais. Assim nasceu a Pulsus. Lançamos a primeira versão em 2016, sem marketing, mas pegando clientes para testarem. Fechamos aquele ano com 10 mil dispositivos”, relata Vinicius Boemeke, CEO da Pulsus, em conversa com Mobile Time. O preço da Pulsus é menos da metade dos concorrentes estrangeiros, afirma.
A Pulsus vem crescendo rapidamente. No ano passado aumentou em 70% o seu faturamento e espera crescer 80% em 2022.
Funcionalidades para equipes de campo
A primeira funcionalidade que serviu como um diferencial para a Pulsus na época do seu lançamento era algo simples, mas cuja ausência em outras soluções de MDM até então gerava dor de cabeça em gestores: a possibilidade de programar a atualização de um app de acordo com o contexto em que o usuário estiver, evitando que aconteça em um momento inapropriado, como no meio de um processo de venda.
Outra funcionalidade importante para equipes de campo é a definição do horário de trabalho, durante o qual os apps estão acessíveis. Fora desse horário, os apps ficam bloqueados, mesmo quando não houver conectividade. Desta forma, as leis trabalhistas são respeitadas, evitando problemas jurídicos.
Além disso, a Pulsus criou um “modo motorista”: a partir de determinada velocidade de deslocamento, é bloqueado o acesso a certos apps que poderiam distrair o condutor.
A empresa vai lançar neste segundo trimestre uma plataforma para visualizar a qualidade de sinal e de cobertura por operadora móvel, consolidando dados de todos os 1 milhão de dispositivos espalhados entre os funcionários de seus 1 mil clientes. Será, portanto, uma ferramenta colaborativa e agnóstica, que ajudará na tomada de decisão dos gestores sobre trocar ou não de operadora.
Outra novidade que virá em breve é uma ferramenta de assinatura eletrônica de termos de serviço.
Expansão
Hoje, cerca de 25 mil dispositivos usam a Pulsus no exterior. A empresa está em processo de expansão global, com clientes em 12 países, a maioria na América Latina, mas também com projetos na Europa, na África e com um piloto na Ásia. “Temos um modelo de atuação através de parceiros, mas com venda direta através do Brasil. Estamos agora montando estrutura para faturar localmente, mas sem estrutura física. Não faz sentido para a gente a internacionalização com estrutura física”, explica Boemeke.
