É de conhecimento geral que as vendas de feature phones estão caindo no Brasil e no mundo. Porém, esses telefones celulares mais básicos não necessariamente vão desaparecer por completo. Em mercados maduros, como EUA e países da Europa Ocidental, os feature phones continuam representando uma parcela significativa do mercado, entre 25% e 15% das vendas. É com essa visão que aporta ao Brasil uma nova marca de feature phones, a chinesa B-Mobile.

"No Brasil, onde são comercializados por ano cerca de 60 milhões de handsets, se os feature phones responderem por 20% do total, estamos falando de 12 milhões de unidades. É um mercado que está longe de ser ignorado. Não poderíamos deixá-lo ser trabalhado por apenas uma ou duas marcas", comenta Marcelo Najnudel, country manager da B-Mobile no Brasil. A maioria dos grandes fabricantes abandonou a produção de feature phones, preferindo focar em smartphones, produto que oferece melhor margem de lucro. Dessa forma, o segmento de feature phones acabou sendo dominado por poucos players, com destaque no momento para a Alcatel One Touch no Brasil.

A B-Mobile inicia sua operação local com três modelos de aparelhos: S750, V100 e QS820. O primeiro pretende ser o telefone mais barato do País, pelo menos no preço de tabela, ou seja, sem considerar eventuais subsídios de operadoras: R$ 109. Trata-se de um aparelho barra com câmera, mp3 player e rádio FM. O V100 tem as mesmas características, acrescido de uma bateria melhor, com duração de até 30 dias em stand-by. O QS820, por fim, é um Qwerty com TV analógica para compor portfólio. A distribuição será feita pela Allied.

A meta do executivo é vender 500 mil aparelhos no Brasil em 2014, objetivo que ele próprio classifica como audacioso. "Nenhum setor sobrevive somente de produtos top. O mercado automobilístico não vive apenas de Mercedes e conversíveis, mas também de carros populares. O mercado de TVs não vive só de aparelhos de 52 polegadas", compara.

Os feature phones da B-Mobile são todos importados da China, onde o custo de fabricação para esse tipo de produto é muito mais barato que no Brasil, compensando os custos de importação.

A empresa tem planos de atuar em smartphones, mas apenas com modelos Android de entrada. Neste caso, a fabricação no Brasil vale a pena, por conta dos incentivos fiscais. Por isso, a companhia comprou uma fábrica própria em Minas Gerais que deve entrar em operação no segundo semestre deste ano.

China Bird

A China Bird, controladora da B-Mobile, é a terceira maior fabricante de celulares da China, tendo vendido no ano passado 40 milhões de unidades. Fora da China, a empresa optou por adotar marcas-fantasia que variam para cada região. Na América Latina, criou a B-Mobile, que atua há alguns anos com sede no Panamá. No ano passado, vendeu 7 milhões de aparelhos na região. A maioria das suas vendas são para as operadoras. No Brasil, onde o escritório foi aberto somente em outubro de 2013, o foco inicial será a distribuição para o varejo, através da Allied.

 

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