A Neon Pagamentos se apressou para regularizar suas atividades e anunciou nesta segunda-feira, 7, o Banco Votorantim como seu parceiro.  A instituição financeira assume os serviços de custódia e movimentação das contas de pagamento da Neon.

Embora ainda sem prazo de quando será o restabelecimento integral das atividades com a parceria, a Neon avisa em seu comunicado que está trabalhando para que tudo aconteça o mais rápido possível. No mesmo comunicado, Pedro Conrade, CEO da Neon Pagamentos, fez questão de separar as duas entidades dizendo que elas seguem independentes, contando com o banco como suporte.

O site da Neon continua fora do ar. No momento, seus clientes podem sacar de suas contas ou fazer compras com o cartão de débito.

Histórico

O Banco Central (BC) decretou a liquidação extrajudicial do Banco Neon S.A (antigo Banco Pottencial), uma pessoa jurídica distinta da Neon Pagamentos, mas que opera como banco liquidante da fintech. Na decisão da última sexta-feira, 4, o BC constatou “o comprometimento da situação econômico-financeira, bem como a existência de graves violações às normas legais e regulamentares que disciplinam a atividade da instituição”.

O Banco Neon estava com o patrimônio líquido negativo na ordem de R$ 28 milhões e não tinha cumprido com normas legais relacionadas à prevenção e à lavagem de dinheiro.

Análise

A rapidez com que a Neon Pagamentos encontrou um novo banco liquidante é positiva e comprova duas coisas: 1) a agilidade típica de uma fintech, resolvendo um problema gigantesco em um fim de semana – mérito de seu CEO, Pedro Conrade; 2) a situação financeira da Neon Pagamentos sem dúvida difere daquela do seu antigo parceiro (Banco Neon), caso contrário não teria sido possível conseguir tal acordo em tempo recorde.

Resta saber quais foram os termos desse acordo, se melhores ou piores do que aqueles que a Neon tinha antes com o Banco Neon. A urgência da questão pode ter sido desfavorável na negociação, mas, ao mesmo tempo, o potencial de crescimento da fintech, hoje com seu modelo de negócios já comprovado (o que não era tão claro quando negociou a primeira parceria) pesou a favor da fintech.

Também resta a dúvida quanto ao que será feito com a marca Neon, se será mantida ou trocada. Depende, claro, de uma análise mais detalhada do impacto à sua imagem causado pela liquidação extrajudicial decretada pelo Banco Central sobre o Banco Neon.

 

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