A TIM registrou crescimento nas receitas no primeiro trimestre de 2019, conforme balanço financeiro divulgado na noite desta terça-feira, 7. Porém, a companhia destaca que o desempenho do cenário macroeconômico brasileiro impactou negativamente os resultados no período, especialmente no pré-pago. Em comunicado, o novo CEO da TIM Brasil, Pietro Labriola, destacou os novos desafios que terá à frente da operadora. “O foco no segmento de alto valor continua rendendo indicadores positivos, reforçando nossa presença em mercados relevantes, como a ultra banda larga fixa. A TIM encerra seu primeiro trimestre com resultados sólidos em algumas frentes do negócio, mas também enxergando desafios importantes. Assumo a companhia neste cenário, confiante de que temos a capacidade de mudar rapidamente e voltar a liderar os movimentos do setor”, declarou
A receita líquida da TIM cresceu 1,7% no primeiro trimestre, totalizando R$ 4,191 bilhões. Desse total, a maior parte veio de serviços: R$ 4,024 bilhões, com aumento de 1%. A companhia justifica que foi impactada por “uma recuperação econômica frágil e competição mais intensa”.
O serviço móvel foi responsável por R$ 3,795 bilhões (aumento de 0,4%), em grande parte com a receita “gerada pelo cliente” (ou seja, voz, dados e conteúdo), que encerrou março com R$ 3,506 bilhões, avanço de 2,3%. A receita de interconexão caiu 29,9% e ficou em R$ 139 milhões, abaixo dos R$ 151 milhões de “outras receitas”.
A operadora diz que houve bons resultados nas transferências entre segmentos (de controle a pós mostrou 18,4% de avanço no ano), além de um aumento de 45,3% no crescimento líquido de contratos pós-pagos. Por outro lado, a TIM avalia que sentiu os efeitos de uma recuperação lenta da macroeconomia, “refletida em expectativas reduzidas de crescimento do PIB e na menor dos consumidores”, além da competição no mercado pré-pago. A tele diz que isso afeta a dinâmica do segmento pré, incluindo uma “abordagem mais criteriosa” dos filtros de crédito, que acabaram reduzindo a migração para o pós.
Apesar das adversidades, a receita média mensal por usuário (ARPU) móvel cresceu 5,3% e encerrou março em R$ 22,8. A companhia alega que isso é reflexo da melhora no mix e das migrações para planos de maior valor. O ARPU do pré-pago foi de R$ 11,6 (aumento de 1,6%), enquanto do pós ficou em R$ 38,2 (queda de 4,6%).
O segmento fixo totalizou R$ 229 milhões, um crescimento de 11,6%. Praticamente metade desse total veio da TIM Live, que registrou receita de R$ 112 milhões, um aumento de 24,6% no comparativo com igual período de 2018. A operadora diz que no trimestre estruturou novos canais. O ARPU da TIM Live foi de R$ 79,6, 12% maior do que no ano anterior, graças à maior penetração de ofertas de maior valor e velocidade, além do lançamento de portfólio de planos FTTH em abril de 2018.
Lucro e EBTIDA
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) reportado aumentou 5,2% e encerrou o primeiro trimestre em R$ 1,495 bilhão. A TIM diz que o avanço foi baseado em “grandes esforços” no controle de custos e despesas e aumento das receitas gerada pelo cliente móvel e pelo serviço fixo. A margem EBTIDA reportada ficou em 35,7%, um crescimento de 1,2 ponto percentual. Segundo a operadora, trata-se de margem recorde para um primeiro trimestre.
Por outro lado, o lucro líquido mostrou uma queda de 10,4%, ficando em R$ 220 milhões. Considerando o lucro líquido normalizado, isto é, com ajustes aos impostos diferidos (com acréscimo de R$ 30,3 milhões nos três primeiros meses do ano), ficou em R$ 251 milhões, um aumento de 2,5%.
O fluxo de caixa operacional da TIM ficou negativo em R$ 641 milhões, contra um resultado positivo de R$ 164 milhões (já incluindo custo de R$ 143 milhões na limpeza da faixa de 700 MHz no primeiro trimestre de 2018). A redução de R$ 948 milhões foi “resultado de uma variação do capital de giro mais negativa em R$ 985 milhões, ocasionada, principalmente, por uma redução das contas de fornecedores a pagar”.
No primeiro trimestre, a TIM dedicou R$ 650 milhões em Capex, um aumento de 6% no comparativo anual. Os investimentos continuam sendo majoritariamente (90%) para infraestrutura, especialmente projetos de TI, redes de transporte e 4G, com faixa de 700 MHz e refarming de 1,8 GHz e 2,1 GHz.
A dívida líquida reduziu em R$ 587 milhões e ficou em R$ 2,231 bilhões. A relação dívida líquida/EBTIDA ficou em 0,35x no período, redução de 0,11 ponto percentual.
Operacional
A base móvel da TIM encerrou março com 55,083 milhões de acessos, queda de 4,9%. Do total, 34,504 milhões eram de pré-pagos (recuo de 12,5%) e 20,579 milhões, de pós-pago (aumento de 11,4%). A base de acessos 4G aumentou em 20,4% e ficou em 35,580 milhões de linhas, o que representa 67% da base voz da companhia. A penetração de smartphones foi de 86%, aumento de 3,6 p.p. em relação ao primeiro trimestre de 2018.
Em termos de cobertura 4G, a tele contava com 3.295 cidades em março, aumento de 5,9%. Desse total, 1.471 são com a faixa de 700 MHz (aumento de 50,9%); e 2.710 têm recurso de voz sobre 4G (VoLTE), um incremento de 87,5%. A tecnologia 3G está em 3.186 cidades (aumento de 3,1%). Além disso, a TIM fechou o trimestre com 18.955 sites, dos quais 66% conectados com backhaul de alta capacidade; e 91,9 mil km de fibra para backbone e backhaul, aumento de 7,7%.
A companhia ainda registrou aumento de 26% na telefonia fixa (946 mil acessos) e de 18,3% na TIM Live (486 mil contratos). No caso da banda larga, as adições líquidas em FTTH somaram 23 mil no trimestre. Os acessos com fibra na ponta já são 28% da cobertura total. Considerando homes-passed, já são 1,3 milhão de domicílios em FTTH e 3,5 milhões em FTTc. Com o último lançamento, em Lauro de Freitas (BA), a TIM encerrou o trimestre com 12 cidades em FTTH, incluindo as capitais Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Goiânia e Manaus. Os acesso de banda larga fixa pela rede móvel (chamado pela empresa de WTTx) chegaram a 21 novas cidades no período, totalizando 144 localidades disponíveis.