[Matéria publicada originalmente no Teletime] Mesmo com queda na receita e no resultado líquido no balanço do primeiro trimestre divulgado nesta quinta-feira, 7, a Telefónica (controladora da brasileira Vivo) classificou como “limitado” o impacto da pandemia do novo coronavírus em suas operações. Ainda assim, a companhia retirou o guidance para o restante do ano por conta de incertezas no cenário. Os números da empresa também foram afetados pela depreciação de moedas como o real, que derrubaram as cifras reportadas pela operação do Brasil.
A receita total do grupo entre janeiro e março totalizou 11,37 bilhões de euros, em queda de 5,1%. No caso do mercado brasileiro (o segundo maior para a empresa, atrás apenas da Espanha), o recuo nas receitas foi de 13,6%, para 2,22 bilhões de euros. Organicamente, a queda do faturamento da Vivo foi bem menor, ou 1,4%.
“A evolução da taxa de câmbio afetou negativamente os resultados reportados, principalmente devido à depreciação do real brasileiro em relação ao euro e, em menor grau, devido à depreciação do peso chileno em relação ao euro”, notou a Telefónica. “Nesse contexto, as moedas estrangeiras reduziram a variação anual da receita em 3,2 pontos percentuais e o OIBDA, em 3,5 pontos percentuais no primeiro trimestre”.
Na unidade Hispam, que reúne as operações do grupo no restante da América Latina (e que está à venda), também houve queda relevante na receita reportada: de 8,4%, para 2,20 bilhões de euros. Já na Espanha, o faturamento recuou 1,6%, para 3,08 bilhões de euros.
Por outro lado, houve crescimento nas receitas na Alemanha (de 3,8%, para 1,85 bilhão de euros) e no Reino Unido (alta de 2,9%, para 1,74 bilhões), onde a companhia acaba de oficializar uma fusão de sua operação O2 com a Virgin Media.
Com as cifras, o OIBDA do grupo recuou 11,8%, para 3,76 bilhões de euros, com a margem do indicador recuando 2,5 pontos percentuais, para 33,1%. Já o resultado líquido despencou 56,2%, para 406 milhões de euros.
Impacto limitado
Em mensagem, o chairman e CEO da Telefónica, José María Álvarez-Pallete, afirmou que a empresa “não está imune à crise da Covid-19, mas é resiliente”. Descrevendo como limitado o impacto do cenário nos números do primeiro trimestre, o executivo observou que os quatro principais mercados (Espanha, Brasil, Alemanha e Reino Unido) tiveram um bom desempenho diante do ambiente desafiador.
“Receitas mais baixas de clientes de roaming, pré-pagos e empresariais foram parcialmente compensadas por menores custos comerciais e menor churn. É muito cedo para avaliar a extensão dos efeitos da pandemia, mas temos várias alavancas para mitigar o potencial dos impactos negativos”, afirmou. A empresa também informou que o plano de pagamento de dividendo anual de 0,40 euros por ação está mantido.