A Huawei enviou à imprensa comunicado sobre a situação de sua CFO, Meng Wanzhou, presa no Canadá e com possibilidades de ser extraditada aos Estados Unidos.

A nota, assinada pelo vice-presidente de assuntos para a mídia da Huawei, Benjamin Howes, afirma que, segundo a lei canadense, as alegações contra Meng não constituem crime. “O pedido de extradição viola um princípio fundamental da lei de extradição canadense.”

O comunicado questiona também as evidências apresentadas pelo governo dos EUA, que seriam insuficientes e as alegações contra a CFO, infundadas.

Como último ponto, Howes afirma que as autoridades legais do Canadá se foram abusivos e teriam violado a Constituição canadense ao submeter Meng a uma busca, sob o “pretexto de uma verificação de fronteira de rotina”.

Confira a nota na íntegra:

Após discussões técnicas da corte canadense sobre o caso de Meng Wanzhou em 6 de junho, segue declaração oficial proferida por Benjamin Howes, vice-presidente de assuntos para a mídia da Huawei Technologies.

“Primeiro, de acordo com a lei canadense, as alegações contra a Sra. Meng não constituem um crime. O pedido de extradição viola um princípio fundamental da lei de extradição canadense.

De acordo com a lei canadense, ninguém deve ser extraditado para enfrentar punição em outro país por conduta que não é considerada criminosa no Canadá. As alegações dos EUA contra Meng são baseadas em violações de sanções unilaterais impostas pelos Estados Unidos em serviços financeiros no Irã.

No entanto, o Canadá não impõe tais sanções. Portanto, as transações realizadas com o banco não representam risco de quebra da legislação canadense e não resultariam em qualquer risco para os interesses econômicos do banco em questão.??

Portanto, a alegada conduta da Sra. Meng não é criminosa no Canadá e a Sra. Meng deve ser libertada imediatamente. Os advogados de Meng apresentarão uma moção em janeiro de 2020, contestando o pedido dos Estados Unidos de extraditar a Sra. Meng por alegações de fraude.

Segundo, as evidências apresentadas pelo governo dos EUA são insuficientes e as alegações contra a Sra. Meng são infundadas.

Não há evidências de que a Sra. Meng tenha enganado qualquer instituição financeira a qualquer momento. O PowerPoint apresentado pela Sra. Meng em agosto de 2013 em Hong Kong para um banco estrangeiro não foi enganoso.

Funcionários do setor bancário tinham pleno conhecimento da natureza dos problemas em questão, e seu julgamento relacionado a essas questões não dependia de forma alguma da apresentação da Sra. Meng. Além disso, o banco tinha pleno conhecimento da natureza dos negócios e das operações da Skycom no Irã, e o banco entendeu a relação entre a Huawei e a Skycom.

Meng e seus advogados fornecerão mais argumentos sobre esse assunto em futuras audiências.

Terceiro, as autoridades legais do Canadá se envolveram em um grave abuso de processo e violaram a Constituição do Canadá.

Após a sua detenção no aeroporto, a Sra. Meng foi submetida a uma busca ilegal pelas autoridades canadenses, sob o pretexto de uma verificação de fronteira de rotina. Isto é um abuso do processo de extradição do Canadá e uma séria violação dos direitos da Sra. Meng.

Os advogados da Sra. Meng trarão uma moção de divulgação em setembro de 2019 para buscar mais registros relevantes sobre como ela foi maltratada no aeroporto em 1º de dezembro de 2018.

E, finalmente, os advogados de Meng acreditam que a campanha dos EUA contra a Huawei e os comentários feitos pelo presidente dos Estados Unidos também demonstram que esse caso foi guiado por considerações políticas e financeiras, e não por questões legais. Desta forma, a Sra. Meng e seus advogados solicitarão ao Tribunal a suspensão do processo de extradição como um abuso de processo.

A Huawei se mantém firme com a Sra. Meng em sua busca pela justiça, e está confiante de que o sistema judicial canadense resolverá este assunto de maneira justa e eficiente, em favor da Sra. Meng.”

 

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