Um fator determinante para que as operadoras Claro, Vivo e TIM assinassem o acordo de exclusividade na negociação com a Oi pela compra da Oi Móvel foi uma reunião realizada com o Cade nesta sexta, dia 7, com as três empresas. Segundo apurou Teletime, ao contrário dos sinais emitidos ao longo da semana, o tribunal concorrencial não mostrou nenhuma postura refratária à operação. Ao contrário, ouviu das três os argumentos favoráveis à fusão e sinalizou que, caso as informações para a instrução do processo sejam completas e transparentes, não teria porque alongar a análise mais do que o prazo normal. Um dos argumentos mostrados ao Cade é que o momento vivido pelo mercado de telecom é atípico e que o setor seguiria competitivo, mesmo com três operadoras.

“Mais do que três empresas querendo comprar uma concorrente, o que se coloca de fato é que a Oi Móvel se colocou à venda e não há muitos potenciais interessados. E essa venda é essencial para assegurar a viabilidade do restante da empresa, especialmente da concessão. A nós cabe assegurar que o mercado seguirá competitivo depois da operação, se ela se concretizar”, disse uma fonte, ressaltando que nenhum compromisso foi assumido pelas empresas e nem pelo órgão concorrencial. Além do Cade, esta semana as três operadoras também peregrinaram na Anatel e Minicom defendendo o racional da operação e mostrando o que pretendem com a oferta.

Outras fontes de mercado analisam que a Oi Móvel não se coloca de fato como uma competidora, pois hoje é a operadora mais fraca, sendo atacada por todos os lados. Com três operadoras, o jogo tende a ficar mais equilibrado em market share e em distribuição de espectro.

E a Highline

Ao longo desta semana, a impressão que a Highline transmitiu ao mercado e aos concorrentes foi de uma completa desmobilização, ainda que, formalmente, a oferta vinculante ainda exista. Especula-se que a proposta teria caducado uma vez que estaria vinculada à obtenção de determinadas condições e informações, mas como nem a Oi nem a Highline fizeram nenhum comunicado ao mercado, a posição da empresa ligada ao fundo Digital Colony ainda é um mistério. A aposta dos concorrentes é que ela centrará esforços na briga pela InfraCo, onde a disputa parece ser intensa, e pela unidade de torres, que hoje é o core da atividade da Highline no Brasil.

 

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