Em 2023, a IBM realizou 1 mil provas de conceito com inteligência artificial generativa na América Latina. Mas Thiago Viola, diretor de inteligência artificial, dados e automação da empresa, afirmou que houve pouca conversão em negócios, um cenário que começou a mudar neste ano.

“Diferentemente do ano passado, as empresas passaram a ter um posicionamento mais analítico ao colocar o (tema no) centro da empresa ou pelo menos um ‘carimbo’ de que está usando a IA generativa em 2024. Hoje, as perguntas sobre IA generativa mudaram nas empresas para: Como faço a integração? Quanto custa? Tenho governança? Quais dados estão sendo utilizados?” relatou Viola.

“Com todo esse aparato, a IA se torna muito menos usual no dia a dia e se transforma naquilo que chamamos de IA para os negócios. Ou seja, eu levo a importância da IA para minha empresa para que não tenha viés ou alucinação. Por isso lançamos o watsonX há dois anos, uma plataforma em módulos que suporta o uso de IA generativa e permite escolher múltiplos modelos”, completou o executivo da IBM, que participou do painel de abertura do 10º Super Bots Experience & Fórum de Autoatendimento Digital, evento organizado por Mobile Time nesta quarta-feira, 7, em São Pualo.

Ubots

No mesmo painel, o CEO da Ubots, Rafael Souza, afirmou que 2023 foi um momento de cuidar da ansiedade e “separar a velocidade da pressa” no uso da IA generativa. Detalhou ainda que a jornada de evolução com IA generativa é mais lenta se comparada com o primeiro período de criação dos primeiros chatbots em 2015.

Souza segmenta o atendimento com IA generativa em diferentes fases: copiloto, piloto automático e depois automação full. Segundo ele, as empresas ainda estão nas duas primeiras por uma questão de controle.

Velocidade e captura de valor

Por sua vez, Beerud Sheth, cofundador e CEO da Gupshup, acredita que tudo muda muito rápido, uma vez que os provedores de grandes modelos de linguagens (OpenAI, Google, Anthropic, por exemplo) apresentam novidades a cada três meses, algo que também ocorre em todo o ecossistema, se considerar chips, modelos fundamentais, fine-tuning e as aplicações.

“A única garantia que temos é que qualquer decisão que façamos hoje, daqui a doze meses estaremos errados. Mas não digo isso para que as pessoas parem de fazer seus trabalhos. A questão é que tudo evolui muito rapidamente e para isso nós precisamos construir soluções, começar algo, pois aí teremos um ciclo de aprendizado. E é preciso otimizar as soluções de modo flexível e modular para mudar os modelos, a jornada e os RAG (geração aumentada por recuperação), pois tudo vai mudar”, disse.

Pelo lado de uma grande empresa que está iniciando sua jornada na IA generativa, Auana Mattar, CIO da TIM, afirmou que o tripé que guiará esse desenvolvimento será:

  1. sustentabilidade econômica ao longo do tempo;
  2. flexibilidade e possibilidade de mudar de modelo;
  3. aplicabilidade da solução e possibilidade de trazer retorno.

“Se sim (o tripé estiver completo), é rodar, começar a experimentar de fato e capturar valor e evoluir. Não dá para ficar parado”, afirmou Mattar. “A grande sacada aqui é saber tomar a decisão com agilidade e colocar em operação para capturar valor o mais rapidamente possível”, completou.

Super Bots Experience 2024

Super Bots Experience 2024 terá um segundo dia, nesta quinta-feira, 8, também no WTC, em São Paulo. Haverá executivos de Claro, TIM, Vivo, Sem Parar, Bradesco, Cielo, SAS, Banco do Brasil, entre outros, para participarem de painéis sobre autoatendimento digital, higienização de dados, LLMs, novas regulações, por exemplo.

 

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