O Brasil foi escolhido para servir de berço para o YOP (Android, iOS), um aplicativo de classificados de produtos novos e usados em formato de rede social. Lançado em caráter de teste em maio passado, o app vem crescendo rapidamente. Em outubro superou 1 milhão de downloads e conta agora com 500 mil usuários ativos por mês (MAUs, na sigla em inglês), número que aumenta em média 25% ao mês. Para comemorar o feito, a empresa decidiu fazer o lançamento oficial no dia 17 de novembro, com uma campanha em vários canais de TV fechada e estampando a marca na camiseta do time do São Paulo, em uma partida do campeonato brasileiro. Seu fundador e CEO, o argentino Guido Grinbaum, experiente empreendedor da Internet, espera chegar a 5 milhões de instalações e 100 mil transações por mês ao fim de 2016.
"A ideia era criar uma espécie de Instagram em que as pessoas, em vez de publicarem fotos, publicariam produtos e teriam o apoio de uma plataforma de pagamento e de logística por trás. Muita gente vende produtos em redes sociais, mas faze isso porque se sente mais confortável em lidar com amigos ou amigos de amigos. O problema é que as redes sociais não foram criadas para vender e, logo, não oferecem um bom sistema de pagamento", explica Grinbaum. "Por sua vez, os classificados atuais não incluem essa experiência social, mas têm uma boa plataforma de pagamento. Então decidimos conjugar as duas coisas: classificados e redes sociais", complementa.
No YOP, o usuário se cadastra através da sua conta do Facebook. Publicar anúncios de produtos é grátis e fácil: basta tirar uma ou mais fotos com a câmera do aparelho e escrever uma breve descrição. É possível seguir pessoas, acompanhar os produtos que elas vendem, curtir e compartilhar anúncios. O YOP possui uma ferramenta de chat, que possibilita que comprador e vendedor conversem diretamente pelo app, negociando forma de pagamento e frete, além de tirar quaisquer dúvidas.
A receita dO YOP hoje provém do sistema de pagamento interno do aplicativo. Trata-se de uma plataforma para pagamento por cartão de crédito em que o comprador informa os dados do seu cartão e paga para O YOP, que só repassa o valor para o vendedor depois que o consumidor confirma o recebimento da mercadoria. O YOP cobra uma taxa de 15% do vendedor pelo uso desse meio de pagamento. A empresa pretende lançar em janeiro também uma plataforma própria de logística, com várias opções de métodos de entrega e abrangência nacional.
Catálogo
O YOP tem hoje 140 mil produtos à venda. Em média entram 3 mil novos por dia e saem 500. As categorias que fazem mais sucesso são as de telefonia celular, jogos e roupa feminina. "Se tiver um bom preço, um produto das categorias de celulares e games vende em menos de 24 horas", afirma o executivo. Da base total de usuários do serviço, 8% são vendedores (com uma média de 3,5 produtos expostos cada), 20% são compradores e o resto são pessoas que por enquanto apenas navegam pela plataforma, sem comprar ou vender nada.
Brasil
A escolha do Brasil como primeiro mercado para o YOP se deve a três motivos: 1) o tamanho do mercado; 2) o interesse do brasileiro por redes sociais; 3) a maturidade do ecossistema local de start-ups. "A maioria das start-ups (latino-americanas) dos últimos anos nasceram no Brasil. E 90% daquelas que foram bem sucedidas também, como Dafiti, Netshoes, Nubank, GuiaBolso etc", cita Grinbaum.
Mas o objetivo do YOP é ser um player regional, presente em toda a América Latina. Em setembro, o serviço foi lançado no México, na Argentina e na Colômbia. Ainda sem uma campanha massiva de marketing nesses outros mercados, o app soma 170 mil downloads nos três e 35 mil MAUs em cada.