A briga entre China x Estados Unidos esquenta a cada round. Dessa vez, depois da prisão no Canadá de Meng Wanzho, CFO e filha de um dos fundadores da Huawei, o Japão pensa em proibir compras governamentais de produtos de telecomunicações vindos da empresa chinesa, mas também da ZTE. A justificativa é o temor de possíveis vazamentos de inteligência e ataques cibernéticos, informou o jornal Yomiuri na sexta-feira, 7, e que teve repercussão em diversos jornais estrangeiros.

O jornal Yomiuri disse que o governo deve revisar suas regras internas sobre aquisições na segunda-feira, 10. Porém, não planeja nomear especificamente a Huawei e a ZTE na revisão, mas colocará em prática medidas destinadas a reforçar a segurança que se aplicam às empresas.

A medida segue uma decisão dos Estados Unidos de proibir compras governamentais de equipamentos da Huawei.

Órgãos de inteligência norte-americanos alegam que a Huawei está ligada ao governo da China e que seu equipamento pode conter “backdoors” para uso por espiões, embora nenhuma evidência tenha sido produzida publicamente e a empresa tenha negado as alegações.

Portas fechadas ou entreabertas

Além dos Estados Unidos, outros países já fecharam as portas para que equipamentos de infraestrutura da chinesa seja usado no país. Veja quem são:

– Austrália e a Nova Zelândia já bloquearam a Huawei de construir redes 5G.

– Canadá está realizando uma revisão de segurança dos produtos da Huawei.

– A prestadora de serviços do Reino Unido, BT, está removendo o kit da Huawei do núcleo de de suas atuais operações móveis 3G e 4G, e disse que não usaria a empresa em partes centrais da próxima rede.

– O comissário de tecnologia da UE, Andrus Ansip, disse que os países “precisam se preocupar” com os fabricantes chineses.

Já o Ministério do Interior da Alemanha diz que se opõe à proibição de fornecedores de suas redes 5G.

O Reino Unido não promulgou uma proibição do uso de equipamentos Huawei. No entanto, os produtos da empresa são regularmente submetidos a testes de segurança pela agência de inteligência britânica GCHQ.

O acordo cooperativo entre o Reino Unido e a Huawei inclui uma instalação apelidada de Cell in Banbury, Oxfordshire. Lá, funcionários contratados pela Huawei, mas respondendo ao GCHQ, procuram falhas de segurança nos produtos da empresa.

O último relatório produzido pelo GCHQ disse que encontrou “falhas” nos produtos, o que significa que só poderia dar “garantia limitada” de que a empresa não representa uma ameaça.

Esta semana, o Financial Times informou que a Huawei concordou com uma série de demandas técnicas do GCHQ que endureceriam seus produtos contra os invasores.

 

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