O principal objetivo do banco Inter (Android, iOS) com seu recém-lançado serviço de assinatura de jogos móveis é o aumento de receita do Inter Shop, sua loja online.
“É uma estratégia de uma nova linha de receita. Como o consumo acontece em um app PWA, fora do ambiente do app Inter, a retenção de horas de tela não acontece neste momento. A receita é por assinatura (R$ 10 por mês). Queremos fidelizar essa carteira”, explica Ana Ziller, gerente de novos negócios do Inter Shop, em conversa com Mobile Time.
A executiva acredita que o ecossistema de game pode evoluir: “Estamos estudando a melhor estratégia. Entendemos que esse mercado é cross (ou seja, combinado com outros serviços da fintechs), e pode ser cruzado com financiamento e marketing”, explica, ao lembrar que o Inter Shop traz ofertas de consoles e jogos com seus sellers.
Ziller prevê que, no futuro, o Inter Arcade “será mais um produto para puxar” o processo de internacionalização, uma vez que o segmento de games é uma grande aposta do Inter e “o mercado de games tem uma linguagem universal”.
Vale lembrar que o Inter Shop faz parte da estratégia de globalização do Inter, iniciada a partir dos Estados Unidos. No terceiro trimestre de 2021, a companhia tinha 15 milhões de correntistas e registrou uma receita de R$ 603 milhões, sendo que R$ 62 milhões vieram de vendas na loja online. Mais recentemente, o e-commerce in-app do Inter transacionou R$ 208 milhões em vendas na Orange Friday, data promocional em alusão à Black Friday, mas substitui o preto pelo laranja, a cor predominante do banco.
Fatiou, passou
Feito em parceria com a Bemobi, o marketplace segue o modelo de revenue share, sendo que a maior fatia fica com os estúdios de games, incluindo nomes como Ubisoft, Square-Enix, Disney, Rovio e Toca Boca. Segundo Ricardo Santos, diretor de produto da Bemobi, a plataforma “de ponta-a-ponta” de sua companhia conecta usuários de smartphones a aplicativos, jogos e serviços digitais em um modelo capaz de gerar valor para todas as partes envolvidas através de acordos de compartilhamento de receita.
“As operadoras de telefonia móvel, assim como os bancos digitais, como o Inter, compartilham conosco a possibilidade de faturamento do nosso serviço em conta ou através do saldo de seus clientes, criando um modelo de cobrança digital inclusivo e acessível para a maioria da população dos países onde operamos”, explica Santos, ao lembrar que a Bemobi trabalha com 88 operadoras em 40 países.
“Também associam suas marcas aos nossos serviços para ajudar em sua promoção e comunicação, o que, por sua vez, acreditamos que as beneficia através da oferta de um portfólio de serviços ainda mais completo aos seus clientes, gerando novas receitas e melhorando a rentabilização de sua base atual de clientes”, completa o executivo da empresa de monetização de conteúdo móvel.
Em conversa por e-mail com esta publicação, Santos afirma ainda que, assim como se relacionam com as operadoras de telefonia de forma agnóstica, a parceria com o Inter “não é exclusiva”. Ou seja, a Bemobi está aberta para eventuais parcerias similares com outros e-commerces e bancos.