Uma recente decisão de marketing da operadora norte-americana AT&T provocou uma rixa entre as teles nos Estados Unidos. Com a virada do ano, a empresa começou a atualizar o sistema operacional Android em determinados aparelhos para colocar o logotipo “5G E” (de 5G “evolution”) na barra de status do smartphone, embora a tecnologia ainda seja a de agregação de portadoras (com antena MIMO 4×4 e 256 QAM) em 4G – ou seja, o LTE-Advanced Pro, também chamada no Brasil de 4,5G. A jogada rendeu resposta das rivais, que disputam o lançamento da quinta geração no mercado dos EUA.
Em um tom informal, pelo Twitter, a T-Mobile apenas postou um vídeo parodiando a AT&T, colocando um adesivo escrito “9G” em cima da barra de status de um iPhone onde antes havia o sinal de LTE. “Não tinha percebido que era tão fácil, vou atualizar e já volto”, ironizou o perfil da companhia na rede social. Ainda no ano passado, quando começaram a ser veiculados na imprensa internacional rumores do que a AT&T pretendia fazer, o CTO da T-Mobile, Neville Ray, afirmou que a concorrente estaria “enganando os consumidores” ao levá-los a pensar que estariam recebendo a nova tecnologia.
Já a Verizon publicou um comunicado na segunda-feira, 7, assinado pelo CTO, Kyle Malady, intitulado “Quando falamos ‘5G’, queremos dizer 5G”. Segundo a tele, o potencial para a tecnologia 5G pode ser danificado se “provedores de rede, fabricantes de equipamentos, fabricantes de celulares, desenvolvedores de aplicativos e outros no ecossistema móvel assumirem o comportamento pensado para propositalmente confundir consumidores, servidores públicos e comunidade de investimento sobre o que a 5G realmente é”. A operadora afirma que há risco de “alienar” as pessoas, e por isso conclama a indústria móvel a adotar a nomenclatura 5G apenas para dispositivos novos se conectando à rede que usa nova tecnologia de rádio e para entregar novas capacidades.
“Não vamos pegar um telefone antigo e apenas mudar o software para trocar o 4 na barra de status por 5. Não vamos chamar nossa rede 4G de rede 5G se consumidores não experimentarem a melhoria de desempenho ou capacidade que apenas o 5G pode entregar”, afirma Malady no comunicado. “As pessoas precisam de um entendimento claro, consistente e simples do que é o 5G para que possam comparar serviços, planos e produtos sem ter que manobrar por falas de duplo sentido de marketing ou especificações técnicas.”
O CTO da Verizon lembra que o ecossistema de empresas e parceiros criou o 5G Technology Forum com o intuito de desenvolver padrões na tecnologia, o que resultou na entrega de 5G comercial “dois anos antes das estimativas originais”. Ressalta ainda as iniciativas próprias para o lançamento de sua rede – a operadora começou a ofertar a nova geração em outubro do ano passado, ainda focando no acesso fixo (FWA) na faixa de 28 GHz, e com velocidades entre 300 Mbps e 1 Gbps.