Distanciando-se da paranoia de ter sempre a última novidade no mundo dos smartphones, já não é tão fácil definir o que faz um aparelho ser bom. Claro, ele precisa ser eficiente: não travar, não ser lento, ter uma tela boa e não faltar com algum recurso considerado básico, como 4G (LTE) ou gravação de vídeo em alta definição. Tudo isso está presente no Moto X Style, um dos últimos high-end a ainda carregar a marca da Motorola antes de a Lenovo assumir de vez o batente. Ou seja: ele é o dispositivo perfeito se a ideia é ter um produto competente.

Faltam "perfumarias", mas elas são dispensáveis. O X Style não vem com um leitor de impressão digital, um recurso de comodidade aliado à segurança que ainda não virou padrão na indústria. Ele também não conta com um design super atraente, nem traseira reluzente em vidro, nem tela além da borda, como a família Galaxy Edge, da Samsung. Nem é supostamente inquebrável, como o primo Moto X Force.

Mas a questão é que o aparelho é competente em tudo que faz. Não engasga facilmente, não tem problemas rodando games pesados (que, francamente, rodam bem mesmo na linha intermediária do Moto G), tem uma tela grande de 5,7 polegadas e de definição quadHD (2.560 x 1.440 pixels). Tudo isso com o processador já onipresente (mas não o mais potente) Snapdragon 808, da Qualcomm, com 3 GB de RAM (menos do que alguns concorrentes). E claro, seguindo a política da Motorola/Lenovo, mantém um Android quase puro, com apenas algumas adições, e já atualizável para o Marshmallow 6.0.

Com mais de três meses de teste como meu aparelho principal, com grande foco em uso de LTE (incluindo como roteador), mídias sociais, câmera, produtividade (e-mail e edição de documentos), vídeo (Netflix e YouTube), áudio (Spotify) e muito pouco de jogos, é possível dizer que o Moto X Style serviu muito bem a todos os propósitos. Durante um tempo houve inexplicável travamento de alguns poucos aplicativos (como o Messenger, do Facebook), problema que já foi resolvido e parece ter sido sem relação com o hardware.

A bateria poderia ser um pouco melhor – não cheguei a arriscar mais de um dia sem carregar na tomada. A câmera poderia ter estabilizador ótico e um modo manual, já que o aplicativo em si ficou rápido o suficiente (bem diferente do Moto Maxx de 2014). Mas não dá para se dizer insatisfeito com nenhum dos dois recursos.

Ou seja, o Moto X Style é um smartphone ótimo, competente e sem frescuras. Talvez por isso, falte um pouco de charme a ele, um sabor além da baunilha para sacramentá-lo como uma escolha imperdível, especialmente para os que gostam de serem vistos com os aparelhos mais avançados do momento. E, talvez por isso também, por ser tão discreto e eficaz, que eu tenha gostado tanto dele.

 

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