A prefeitura de Londrina/PR começa a implementar a telegestão da iluminação pública da cidade. A meta é que, até o final de 2025, os equipamentos já estejam na fase de “prova de conceito” com até 2,5 mil pontos validados em campo por meio da rede WI SUN (Wireless Smart Utility Network) e ampliar os serviços oferecidos pelas estruturas montadas. O projeto será desenvolvido em parceria com o Lactec, centro de pesquisa e tecnologia brasileiro, além do Senai Londrina e Londrina Iluminação. No fim dos 36 meses do projeto, o objetivo é chegar a 65 mil pontos de luz. No entanto, para isso será necessária a realização de uma nova licitação.

O projeto completo está orçado em cerca de R$ 8,3 milhões, sendo que a maior parte dos recursos (R$ 5,9 mi) vem por meio de um convênio firmado entre a Londrina Iluminação e a Finep, a fundo perdido, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

O projeto prevê que até o final de 2024 sejam realizadas as primeiras provas de conceito dos equipamentos desenvolvidos. Ao todo, serão 36 meses para a implementação da iluminação pública. Devem ser instaladas cerca de 4,5 mil unidades de módulo de telegestão e 220 concentradores de dados em praças e parques públicos. A tecnologia também deverá ser expandida posteriormente para as principais ruas e avenidas de todo o município.

Ao fim de todo o processo, a prefeitura poderá monitorar todas as grandezas de tensão, corrente, potência, energia, temperatura etc, além de poder ligar ou desligar as lâmpadas e reduzir seu consumo através da dimerização (ou seja, graduar a intensidade da luz), tornando o sistema mais eficiente e de maneira remota. Será possível ainda identificar com rapidez problemas nas luminárias e providenciar a manutenção.

Lactec e Senai

Caberá ao Lactec desenvolver os equipamentos e todos os serviços relativos aos módulos de telegestão e de concentradores de dados – inclusive a realização dos testes de homologação dos equipamentos na Anatel.

O Senai desenvolverá o software de para o controle de todo o sistema até a entrega final da plataforma.

Novos serviços no futuro

De acordo com Lourival Lippmann Júnior, pesquisador do Lactec e líder do projeto, por meio da conectividade pode-se introduzir o conceito de Cidade Inteligente, onde os próprios postes de iluminação podem servir de “gateways” ou pontos de acesso a outros serviços de interesse da população. “A colocação de Wi-Fi nos postes não está prevista nesta fase do projeto. Porém, outros serviços que envolvam apenas telemetria ou telecomandos com baixa taxa de dados podem ser implementados, como monitoração ambiental, ruído sonoro, telecomando semafórico, tele alarmes de segurança tipo botão de pânico para a população, monitoração de segurança do mobiliário urbano etc”, explica.

WI-SUN

Vale dizer que a rede Wi Sun é uma rede voltada à empresas de utilities e funciona na topologia mesh, ou em rede. Sendo assim é possível que todos os dispositivos da rede também possam se conectar e repetir os dados de seus vizinhos, garantindo assim maior confiabilidade e elevada abrangência e cobertura. A rede Wi-SUN, assim como a LoRa são para baixo tráfego de dados e não competem com a as redes Wi-Fi ou rede celular móvel, destinadas para elevado tráfego de dados. A rede se serve dos postes atuais e da infraestrutura física do momento, sem necessidade de trocas.

Foto de Londrina. Rafael Otaki na Unsplash/divulgação

 

*********************************

Receba gratuitamente a newsletter do Mobile Time e fique bem informado sobre tecnologia móvel e negócios. Cadastre-se aqui!