[Atualizado às 15h55 do dia 09/04/2020] A Deezer (Android, iOS) e o Magalu (Android, iOS) criaram um comércio de instrumentos musicais. Batizado de Decifrei, a plataforma foi feita com apoio da Ogilvy e consiste em unir o gosto musical do usuário do serviço de streaming com instrumentos que podem ser comprados nos revendedores do e-commerce.
Com abrangência nacional, o projeto dura inicialmente três meses com mídia dentro da plataforma, mas poderá ser ampliado até seis meses.
Chamada durante seu desenvolvimento de “Shazam dos Instrumentos” pelos executivos, a Decifrei demorou um ano para ficar pronta. Seu esforço de desenvolvimento contou com os três lados atuando: a Ogilvy com a criação do produto de mídia para alavancar as vendas do Magalu; a Deezer com o desenvolvimento tecnológico, mercadológico e aprovações de integração com a varejista no exterior; e o Magalu com a integração com o streaming e busca de vendedores de produtos musicais para atender a demanda dos consumidores.
“O Magalu tinha o problema. A Ogilvy recebeu e entendeu a mensagem. A proposta era através do streaming poder gerar uma experiência correlata para mostrar o que tinha nos instrumentos. E nós (Deezer) entregamos no mercado”, disse Steffan Habergritz, head de publicidade da Deezer Brasil.
Como funciona
O usuário entra nas playlists do Decifrei dentro da Deezer via banner, botão na home ou link externo. Em seguida, o ouvinte escolhe a lista de faixas com seu gênero favorito e ouve músicas pré-selecionadas por uma curadoria musical. As canções são das gravadoras Warner, Universal e Sony, e incluem nomes como Anitta, Metallica e Queen.
Ao ouvir a música, o aplicativo mostra os instrumentos exatos – ou similares, dependendo do estoque – que os artistas usaram para compor a música. O consumidor pode adquirir o equipamento desejado ao clicar no botão “compra”. Com seis produtos por obra, as ofertas são de guitarras, baixos, bateria, violões e até dispositivos de áudio profissional, como microfones e mesas de som.
O projeto contou com apoio de produtores musicais para identificar os instrumentos e equipamentos usados pelos artistas nas gravações, uma vez que não existe um compêndio com essas informações hoje disponível na Internet.
O serviço do Decifrei pode ser acessado por usuários assinantes da Deezer e não pagantes.
Aplicações
Para Daniel Schiavon, diretor executivo de criação da Ogilvy Brasil, o Decifrei serve ao Magalu não apenas como plataforma de relacionamento com o consumidor e vendas de instrumentos, mas também pelo arcabouço de dados: “É um projeto de muito data insight. Nós poderemos descobrir qual música é a mais ouvida para usar em uma campanha. Ou fazer ativação em um instrumento mais vendido”, disse.
“Internamente nós dizemos: No passado venderam instrumentos musicais no rádio, na TV e até no OOH. Mas nunca se vendeu dentro da música”, completou o criativo.
Por sua vez, Rafael Montalvão, diretor de marketing do Magalu, explicou que o varejista viu um forte crescimento em vendas de instrumentos em 2020. Diante disso, a empresa buscou transformar a categoria “em uma plataforma de mídia”. Em sua visão, o projeto ficou “mais assertivo que um site de busca” e agora entendem que podem “criar mídias para categorias específicas”.
“Para o Magalu nós sempre queremos procurar algo inédito. Como aconteceu na Black das Blacks em 2019. Agora é um novo conceito de vendas em instrumentos musicais”, falou Montalvão.
Sobre a possibilidade de ampliar o projeto, o executivo do e-commerce disse que esperará os primeiros três meses de projeto para definir os próximos passos. Por sua vez, Habergritz acredita que a ação com o Magalu mostra o potencial de criação de mídia customizada da Deezer.
“Isso não é um produto de prateleira. Não é perene. Não poderíamos criar um algoritmo que detecta um instrumento. Houve um trabalho de curadoria. Mas isso abre um leque de como podemos desdobrar de modo perene”, disse o head de publicidade do serviço de streaming. “O interessante é começar a abrir portas. A parceria (com o Magalu) foi possível por termos uma tecnologia de embedar, in-app. Não só no Brasil. Isso abre portas na Europa. O case foi recebido pelo board da Deezer na França, por exemplo”, concluiu.