A Seal, empresa multinacional integradora de soluções de tecnologia, lança no Brasil a Captana, câmera de alta resolução voltada para o varejo com o objetivo de detectar rupturas de produtos, ou seja, falta de mercadorias nas gôndolas. Instaladas no mesmo suporte das etiquetas eletrônicas – também fornecidas pela Seal – elas são discretas, podem ficar a uma distância de até três metros e são capazes de capturar imagens de aproximadamente dois metros de largura por dois metros de altura, usando Wi-Fi fornecido pela arquitetura da Zigbee, à parte da Internet sem fio do varejista. Os dados – se uma gôndola está vazia ou ficando sem mantimentos, qual o produto daquele setor e seu preço – são enviados para o sistema que automaticamente lê e interpreta a informação, mandando um comando para o smartphone ou coletor de dados.
Resumidamente, funciona da seguinte maneira: o sistema verifica as necessidades, gera uma missão para o aplicativo Kairos Store e o colaborador recebe e executa a missão – muito provavelmente de repor uma determinada gôndola com os produtos. O funcionário do estabelecimento recebe a tarefa por meio de um coletor de dados (um aparelho que lembra um smartphone) ou por um celular. “O sistema vê quem é o colaborador que está à disposição e dá a tarefa, que é gerenciada e controlada pelo nosso aplicativo, o Kairos Store, ferramenta de gestão de execução de tarefas operacionais da Seal e de monitoramento”, explica Wagner Bernardes, CEO da Seal no Brasil.
As câmeras podem ser configuradas para tirarem fotos de acordo com o tempo que o varejista ache necessário. De minuto em minuto, a cada hora, como desejar. Essas imagens são enviadas para os servidores e viram dados sobre aquela parte da gôndola. O envio é feito por meio de uma rede Wi-Fi própria, separada daquela usada pelo resto do estabelecimento, via arquitetura da Zigbee.
A Seal atende os 10 maiores varejistas do Brasil, mas Bernardes acredita que a solução também pode ser usada pelos médios e menores comerciantes. Caso eles já utilizem as tags de preço digitais da multinacional, a implantação das minicâmeras é mais fácil. “As câmeras usam a infraestrutura das tags e as suas sustentações físicas”, explica o CEO.
A câmera usa inteligência artificial e vai se aprimorando com o tempo, podendo chegar rapidamente a 98% de precisão. Ou seja, ela vai aprendendo a identificar uma gôndola vazia, por exemplo. “Ela faz comparações com imagens de como ela deveria estar e como ela de fato está e cria alertas para que alguém faça a reposição do produto naquela gôndola”, completa Bernardes.
O varejista interessado pode alugar os equipamentos da Captana com a Seal, como se fosse um serviço, ou pode comprá-los. Vai depender da estratégia de cada comércio. “É possível, inclusive, pagar o investimento junto com o ganho que a solução traz para não ter um impacto muito grande nas operações”, explica.
Captana foi lançada no início do ano passado na Europa. Mas, por conta da pandemia do novo coronavírus, não conseguiu atravessar fronteiras. A solução já é usada na Europa e o Brasil foi escolhido para antecipar o lançamento fora do continente. Captana será lançada oficialmente na próxima semana e, aos poucos, a Seal está importando o conjunto de câmeras para que, ainda em junho, comecem o piloto em alguns dos grandes varejistas que já trabalham com as tags de preço da empresa.