A Maxtrack vai testar soluções de 5G em satélite no exterior em 2024. O líder de inovação e produto da companhia, Gustavo Travassos, afirmou que as provas serão nos Estados Unidos e na Europa e tem como objetivo testar os módulos de conectividade, enquanto os operadores de satélite não chegam no Brasil com um modelo comercial para Internet das Coisas.
Em conversa exclusiva com Mobile Time, o executivo explicou que a tecnologia por satélite terá algumas vantagens, como o padrão universalizado – algo que não aconteceu com o LoRA, que tinha padrões diferentes para Europa e Brasil, por exemplo. Também afirmou que, por ter um subcircuito mais flexível, será mais fácil para trocar o SIMCard.
Além dos testes nos EUA e Europa, a companhia planeja expansão para México e Oriente Médio para atender o desejo de alguns de seus clientes que possuem operações nos dois países.
No Oriente Médio é para um projeto homem-máquina em alto valor agregado para digitalizar e transmitir alertas e indicações a um operador (como um motorista de caminhão) em qualquer idioma. Por sua vez, no México, trata-se de uma estrutura de dispositivos conectados em uma rede LoRA.
Brasil
Para o mercado brasileiro, a aposta da companhia é para o agronegócio. “IoT já está bem viabilizada em grandes capitais e cidades médias, em especial com a chegada do 5G. Mas o interior e o agronegócio vivem um cenário que os deixa dez a 15 anos atrás (do resto do País)”, disse Travassos.
“O agro foi uma boa descoberta para a gente. Existe uma ideia de que o agro é complexo e avançado em tecnologia. Mas tem espaços para avançar em conectividade, soluções homem-máquina, logística, matemática e algoritmo”, completou. “Quando você conecta o agronegócio abre uma avenida. Como orquestração de dados ou até coisas mais simples, como roteiro para fretamento de funcionários com ônibus. A mudança da conectividade traz um mundo de oportunidade, pois percebemos que faltava alguém entrar”, concluiu.
Inicialmente, a companhia está avançando com parceiros de diversos segmentos dentro do agronegócio, como celulose e sucroalcooleiro. É o caso da Raízen, que usa a solução de navegação (mapa) offline da Maxtrack em sua frota de veículos.
Vale dizer que a iniciativa de agronegócio da Maxtrack também se beneficiará da conectividade satelital. Quando lançada no Brasil, ainda em 2024, a empresa ofertará conectividade para dispositivos maiores (como caminhões, tratores e colheitadeiras) para depois chegar aos dispositivos pequenos com antenas pequenas.
Plantas industriais também estão no radar da oferta de satélite e IoT da empresa.
Imagem principal: Arte criada por Nik Neves para Mobile Time