A Fitbit, fabricante de dispositivos para monitoramento de saúde e condicionamento físico, entrou com pedido para realização de uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Securities and Exchange Commission (SEC), órgão que regula as empresas cotadas em bolsa nos EUA. O objetivo com o IPO, além de se defender de uma possível oferta hostil de gigantes da tecnologia, ávidos por um pedaço desse mercado florescente, é levantar pelo menos US$ 100 milhões.
A fabricante, com sede em São Francisco, na Califórnia, encerrou o ano passado com lucro de US$ 131,8 milhões e receita de US$ 745,4 milhões. Desde 2007, a Fitbit já vendeu cerca de 20,5 milhões de dispositivos de pulso, que monitoram desde o número de passos dados, a distância percorrida, batimentos cardíacos, a quantidade de calorias consumidas até a qualidade do sono, além de dispor de um relógio. Celebridades como o jogador americano de basquete Shaquille O'Neal e o presidente Barack Obama já foram vistos usando um Fitbit.
As ações da Fitbit serão negociadas na Bolsa de Nova York (NYSE) sob o símbolo FIT. Em março passado, a própria empresa avaliou seu valor de mercado em US$ 1,2 bilhão, mas não faz nenhuma estimativa sobre quanto pode obter de valorização com a abertura de capital.
Duro golpe para a marca
Pioneira no mercado nesse tipo de dispositivo, o sucesso tem atraído uma grande quantidade de concorrentes, como reconhece a Fitbit na sua apresentação do IPO. Gigantes da tecnologia, como Apple, Microsoft e Samsung Electronics lançaram smartwatches também com a capacidade de monitorar exercícios, batimentos cardíacos, quantidade de calorias queimadas, distância percorrida, etc. Além disso, enfrenta a competição de fabricantes de eletrônicos menores, tais como a Garmin, Jawbone e Misfit, bem como empresas de artigos esportivos como a Nike e Amour, que vendem pulseiras de fitness no mercado.
A Fitbit teve de se recuperar de um duro golpe para a marca. No início de 2014, a empresa enfrentou uma série de denúncias de consumidores, que alegavam que uma de suas pulseiras, a Fitbit Force, havia causado erupções cutâneas em seus pulsos. Ela teve de fazer um recall e soltar comunicado, em março de 2014, para explicar que uma pequena porcentagem de seus clientes teve reação alérgica. O recall custou US$ 22,8 milhões à empresa. A companhia também foi alvo de uma ação coletiva movida por usuários dos dispisitivos.
Start-up de sucesso
A empresa, que tinha 579 funcionários no fim de março, informa em seu site que seus produtos são vendidos em 45 mil lojas de varejo, em mais de 50 países e, segundo o instituto de pesquisas NPD Group, detém 68% de participação no mercado de monitoramento de atividades de fitness.
A Fitbit foi fundada em 2007 por James Park e Eric Friedman e desde sua criação já levantou US$ 83 milhões com fundos de capital de risco, como o Foundry Group, True Ventures e SoftBank Capital. O Foundry Group é o maior accionista com uma participação de 28,9%.
O Morgan Stanley, Bank of America Merrill Lynch e o Deutsche Bank estão listados como os coordenadores do IPO. Com informações de agências de notícias internacionais.