O transferbank (Android, iOS) planeja uma nova rodada de captação de capital para o segundo semestre. A meta é acelerar novas frentes de negócios em serviços financeiros de transação internacional em Banking as a Service (BaaS), além de almejar o crescimento em sua base de usuários a partir de seu app mobile recém-lançado.
“Nós estamos preparando o racional, a tese para a rodada. A ideia é ir além do nosso ‘feijão com arroz’, ou seja, a transferência internacional. Por exemplo, nós abrimos áreas aqui dentro, o trade finance, uma espécie de linha de crédito para o importador. Estamos rodando o primeiro piloto de uma empresa uma operação de linhas de crédito”, diz Luiz Felipe Bazzo, CEO do fintech, em conversa exclusiva com Mobile Time.
Vale lembrar, a companhia captou R$ 4 milhões em rodadas anteriores, sendo a última liderada pelo Ebanx, em novembro de 2022.
Estrutura do negócio
Com três anos de operação, a plataforma já transacionou R$ 2,8 bilhões e cresceu sua base de usuários em 270% no começo deste ano, comparado ao mesmo período em 2022. A mudança ocorre com a inclusão de clientes pessoa física em sua estratégia. Até o final de 2022, a companhia focava em clientes pessoa jurídica, como exportadores, importadores, startups e desenvolvedores que precisam trazer dinheiro de operações no exterior para o Brasil.
A virada de chave para pessoa física veio no começo deste ano, quando perceberam que havia público para aquela demanda, como pessoas que compram imóveis, automóveis e até aeronaves no exterior. Embora a maior parcela dos R$ 2,8 bilhões seja contabilizada pelos PJs, Bazzo explica que a vertical PF é a que cresce mais rápido na companhia. Nota-se que o tíquete médio de pessoa jurídica é de R$ 110 mil e o de PF já está em US$ 65 mil.
Para este público PF, a companhia aposta em um aplicativo para trazer a dinâmica de uso. Antes do lançamento do app neste mês, o consumidor acessava o transferbank apenas pelo PC. Agora, o consumidor pode cadastrar suas operações, monitorar o mercado de câmbio em tempo real, fechar suas operações de câmbio e acessar o seu histórico completo no celular.
BaaS e parcerias
Em Banking as a Service, o executivo explicou que pelo fato de a plataforma ser aplicável em qualquer estrutura, a fintech pode se tornar uma techfin e fornecer sua solução de transferência internacional para bancos menores, investidores e corretoras. Além de pagamento e recebimento internacional em sete moedas para PF e PJ, o transferbank atua com serviços de câmbio para comércio exterior e emissão de registros no BC.
Ao lado da atuação no mercado pessoa física e das novas frentes de negócios, Bazzo explicou que o BaaS é uma das novas linhas de negócio que a empresa está “empacotando” para mostrar aos potenciais investidores. Embora seja novo, o BaaS do transferbank funciona desde 2020 com uma corretora de câmbio que atua há mais de 50 anos no mercado. O CEO confirmou que há conversas para oferecer seu serviço de Banking as a Service para escritórios satélites de dois grandes bancos de investimento do Brasil.
Paralelamente, a empresa também entrou no universo de parceria com plataformas digitais. A primeira empresa a utilizar os serviços da fintech é o Onlyfans, que tem um produto de payout com 250 influenciadores que recebem dinheiro do exterior. Bazzo explicou que muitos desses profissionais recebem até US$ 50 mil e sua estrutura financeira não é diferente de outros clientes PJ.
O CEO confirmou que está buscando mais parcerias com plataformas digitais e seus influenciadores.