As remessas mundiais de tablets diminuíram 19,1% ano contra ano, no primeiro trimestre de 2023, totalizando 30,7 milhões de unidades, segundo dados da International Data Corporation (IDC) reunidos no relatório Worldwide Quarterly Personal Computing Device Tracker. O volume é comparável aos níveis pré-pandemia, quando foram comercializadas 30,1 milhões de unidades no primeiro trimestre de 2019, e 31,6 milhões, em 2018.
Todos as cinco principais fabricantes de tablets registraram queda no período. O mercado continua com uma demanda enfraquecida, já que trabalhadores voltaram a trabalhar presencialmente em todo o mundo e os consumidores gastam com cautela. A consultoria espera que o nível de remessas, no primeiro semestre de 2023, continue baixo, com fornecedores se concentrando em vender estoque antes de lançar modelos mais novos.
Mais uma vez, a Apple (35,2%) e a Samsung (23,1%) lideraram – as suas somam mais da metade do mercado de tablets. Investindo em um portfólio competitivo de tablets de tela grande, a Huawei (6,6%) subiu na classificação, da quinta para terceira posição. No entanto, mesmo com modelos como MatePad SE 10,4” e MatePad 11”, as remessas da companhia chinesa caíram 9,7%, ano contra ano, devido aos fatores macroeconômicos.
A Lenovo (6,2%) permaneceu na quarta posição, com queda de 37,1% no volume de remessas, devido ao enfraquecimento da demanda. A Amazon (4,6%) foi a fabricante que apresentou a maior diminuição nos seus envios, de 62%, caindo da terceira para a quinta posição. As contração das remessas da companhia, a mais baixa desde a pandemia, pode ser atribuída à sazonalidade, estoque acumulado e baixa demanda.
Pandemia foi positiva
A consultoria destacou o impacto positivo que as restrições da pandemia tiveram na adoção de tablets. Fornecedores aproveitaram a oportunidade para lançar modelos adequados aos casos de uso que surgiram durante as restrições e após o fim delas. A venda de tablets de tela grande, ideais para aprendizado remoto e situações de trabalho híbrido, aumentaram significativamente, em comparação com os níveis pré-pandemia.
Perspectiva
Na análise da IDC, os fornecedores de tablets entraram no primeiro trimestre de 2023 com cautela. Os volumes comerciais e de consumo baixos eram esperados, pois o ambiente macroeconômico permaneceu incerto ao longo do primeiro trimestre. Ainda assim, para a consultoria, há otimismo para o segundo semestre, com sinais de recuperação econômica global, incluindo redução da inflação, o que pode resultar em melhorias no volume de remessas.
Outro fator que pode contribuir para um desempenho melhor ao longo do ano é que mais fornecedores voltem ao mercado de tablets, como o recente lançamento do OnePlus Pad e o próximo Pixel Tablet do Google, que deve chegar às lojas em 2023. Para a IDC, a reentrada da big tech americana é de particular interesse, pois tem o potencial de melhorar a experiência do tablet Android e, ao mesmo tempo, tornar o tablet parte integrante da casa inteligente. O último tablet lançado pelo Google foi o Pixel Slate, em 2018.