O superintendente de governança de TI do Banco Original, Paulo Bissacot, vê com naturalidade uma futura consolidação dos bancos digitais. Para ele, o movimento é similar ao ocorrido há alguns anos em adquirência, como Santander-Getnet e Payleven-SumUp.
“Consolidação é natural para este mercado (de banco digital)”, previu Bissacot, durante sua participação no Mobishop, evento organizado pelo Mobile Time nesta terça-feira, 8, em São Paulo. “Acredito que entre cinco a dez anos, dois dos cinco principais bancos do Brasil serão nativos digitais”.
Para Paula Mazanék, diretora de negócios digitais do Banco do Brasil, a rentabilidade será o ‘Vale da Morte’ para muitas das novas entrantes que tentam sobreviver no universo dos meios de pagamentos eletrônicos: “Acredito que em algum momento poucos vão sobreviver. Não é fácil oferecer uma boa experiência o tempo todo para o cliente.” E acrescentou: “Estamos no começo dessa jornada. É muito fácil falar de digital, mas é uma constância de incerteza. A única coisa certa é que o cliente tem poder”.
Canibalização
Jefferson Honorato, diretor do Next Bradesco, comentou sobre consolidação: “Ao final do processo de consolidação não teremos sobreviventes, mas vencedores. Estamos vivendo profissionalmente, a maior oportunidade de ciclo profissional do setor. Hoje são 45 milhões de desbancarizados, mas alguns anos atrás eram 60 milhões. Tem muita gente entrando nos bancos. Vai ter consolidação, sim. Mas não sei quando será”.
Serviços e atração de clientes
Se o cenário caminha para a consolidação do mercado de bancos digitais, as empresas tentam se diferenciar pela oferta de serviços. É o caso do BS2, que passou a oferecer soluções de delivery de moedas em sua plataforma digital.
“Lançamos na primeira metade do ano o câmbio online no app. Oferecemos isso com taxa competitiva, o que trouxe uma adoção rápida. O mercado exige procurar novos produtos, novas formas de competição. A gente tem que se reinventar”, disse Rudy Cordeiro, diretor de tech do BS2. “Nós temos que sair da zona cinzenta e nadar no oceano azul. No ano passado já usávamos o onboarding, antes da aprovação do Banco Central, pois o mercado caminhava para isso. A cada 45 dias queremos um produto novo na ponta. Virou uma loucura o mercado financeiro. Todos nós estamos em um ciclo agile”, completou.