O setor de telecomunicações é estratégico para a Intel. A empresa quer levar cada vez mais seus processadores para dentro de equipamentos em todas as camadas das redes de telecom, do core até a ponta. Edge computing, OpenRAN e economia de energia são algumas das apostas da fabricante de chipsets para atrair as operadoras, o que ficou claro nos anúncios feitos pela empresa em evento realizado em seu estande na Futurecom, nesta terça-feira, 8, em São Paulo.

Economia de energia com a Nokia

A Nokia anunciou uma atualização do seu core 5G agora implementando a solução de Infrastructure Power Manager (IPM), da Intel, que reduz em até 40% o consumo de energia do core das redes. Um teste piloto foi feito primeiramente com a operadora sul-coreana SK Telecom, e agora chegará para todas as teles com core da Nokia.

“Economizar energia nas redes sempre foi possível. O difícil é fazer isso durante períodos ociosos sem afetar a rede de telecom, especialmente em métricas como latência e jitter, o que arruinaria a performance”, comentou Roberto Corrêa, especialista em telecomunicações da Intel Brasil.

Vale destacar que os novos processadores Xeon 6, da Intel, tem capacidade de processamento por Watt 2,66 vezes maior que a geração de cinco anos atrás. Este é o tempo médio de troca de servidores por grandes empresas, explicou Correa.

Computação na borda com American Tower, Dell e cloudvBox

Outra tendência é a adoção de capacidade de processamento na borda das redes de telecom, ou seja, nas torres onde estão as antenas, o chamado “edge computing”.

A Intel anunciou um acordo com a American Tower para testar soluções de computação distribuída em sua rede no Brasil.

“Não existe dúvida quanto ao caminho de cloudficação das redes de telecom. É um caminho sem volta. O que se discute é qual o limite dessa estrutura de rede para ter computação distribuída mais perto do cliente”, comentou Janilson Bezerra, diretor de novos negócios da American Tower.

Por sua vez, a Dell desenvolveu os servidores XR8000, também com processadores da Intel, com foco em edge computing. Eles são capazes de suportar ambientes hostis, com temperaturas entre 20 graus negativos até 55 graus Celsius, além de resistentes a poeira e trepidações.

Outra parceira da Intel em edge computing no Brasil é a startup cloudvBox, que criou um servidor para essa arquitetura de rede usando uma solução híbrida de resfriamento líquido e por ar.

OpenRAN: Intel com CPQD e IBM

Em OpenRAN, a Intel apoia provas de conceito e laboratórios de testes instalados no Brasil, com destaque para as parcerias com CPQD e IBM.

O CPQD usa a plataforma FlexRAN, da Intel, e conseguiu registrar velocidade de até 1,6 Gbps em testes com OpenRAN.

A IBM, em parceria com 18 empresas, mantém um ecossistema colaborativo para desenvolvimento de OpenRAN no Brasil. Entre as iniciativas está a montagem de uma rede celular privativa (RCP) 5G standalone e OpenRAN na Univerisdade Federal de Campina Grande. Uma das apostas é o uso de network slicing dentro dessa RCP. No caso do setor educacional, parte da banda poderia ser dedicado a aplicações que demandam maior capacidade, como realidade aumentada.

Imagem no alto: Estande da Intel na Futurecom (Crédito: Fernando Paiva/Mobile Time)

*O jornalista viajou a convite da organização da Futurecom e da Intel

 

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