Na semana que vem, a Universidade Federal Fluminense (UFF) iniciará em seus refeitórios um teste-piloto com pagamento via NFC nos smartphones dos estudantes. Quinze alunos serão escolhidos para receber um cartão microSD com uma pequena antena NFC embutida. Os cartões serão fornecidos pela Gemalto, parceira da universidade no projeto. O objetivo, a longo prazo, é substituir as atuais carteiras dos estudantes pelo smartphone para pequenos pagamentos dentro da universidade, como as refeições, a xerox e o estacionamento. "A carteirinha não tem uma interface com o usuário. O celular traz mais comodidade e permite, por exemplo, checar seu extrato a qualquer momento", justifica Thiago Diogo, coordenador de desenvolvimento de sistemas da Superintendência de Tecnologia da Informação da UFF.

Transitam pela UFF hoje cerca de 50 mil pessoas, entre estudantes, professores e funcionários. Desse total, 30 mil possuem uma carteira de identificação inteligente, com chip NFC embutido. A distribuição dessas carteiras foi patrocinada pelo banco Santander, que arcou também com a criação de um observatório de pesquisas dedicado a mobilidade, assinatura digital e comunicação em geral dentro da universidade. A carteira funciona como um cartão de débito pré-pago, que os estudantes carregam com dinheiro para pagar as refeições nos refeitórios da UFF. O dinheiro é depositado através de máquinas de autoatendimento ou em guichês localizados perto dos refeitórios. As carteiras também podem servir como cartão do banco, para quem optar por abrir uma conta no Santander, e como Riocard, cartão de acesso ao transporte público do Rio de Janeiro, fruto de uma parceria entre a UFF e a Riocard TI. Para isso, a carteira também trabalha com o protocolo Mifare, de uso comum para acesso em transporte público.

Atualmente, cinco mil pessoas almoçam diariamente nos refeitórios da UFF. A refeição é barata: custa apenas R$ 0,70. O pagamento é feito na entrada, ao passar por uma roleta dotada de leitor NFC. Aproximadamente metade do público usa a carteira da universidade para o pagamento. O restante ainda utiliza o sistema antigo: um tíquete de papel comprado em um guichê. Durante o teste-piloto, em vez da carteirinha, os estudantes vão aproximar seus smartphones ao leitor na roleta. É provável que a UFF selecione para o teste alunos que possuem o Samsung Galaxy Y, smartphone que funcionou bem com o cartão microSD nos testes em laboratório e que é popular entre os estudantes, de acordo com o banco de dados da superintendência de TI.

A interface para o pagamento será o aplicativo UFF Mobile, desenvolvido pela própria universidade para Android e que acumula mais de 8 mil instalações. Hoje, esse aplicativo fornece o plano de estudos do aluno, seu histórico na universidade e até o cardápio diário do refeitório. Uma nova versão foi desenvolvida para que o app se torne uma carteira eletrônica, administrando o saldo do estudante em sua conta pré-paga. O app vai se comunicar com o cartão microSD e sua antena NFC. Pelo aplicativo, o estudante poderá acompanhar seu extrato.

O teste-piloto terá duração de dois meses e servirá também para a Gemalto avaliar o seu cartão microSD com NFC, que é um produto novo, ainda sem fabricação no Brasil. Seu custo unitário por enquanto é alto, em torno de 25 euros. Se a solução for aprovada no teste-piloto, a distribuição futura desses cartões aos alunos será bancada pelo Santander. A versão atual do cartão microSD não contém espaço para armazenamento de conteúdo pelo usuário. Mas a Gemalto promete lançar em 2014 um novo modelo com memória extra.

UFF Tech

Nos dias 13 e 14 de novembro, a UFF promoverá o UFF Tech, um seminário sobre TI, durante o qual será anunciado oficialmente o teste-piloto em seus refeitórios, junto com o lançamento da versão para iOS do app UFF Mobile. A entrada é franca. A programação se encontra disponível no site do evento.

 

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