A Nextel decidiu aumentar o Capex neste final de ano em preparação para um crescimento previsto em 2019. Segundo informou na teleconferência de resultados financeiros do trimestre nesta quinta-feira, 8, o presidente da operadora, Roberto Rittes, o investimento adicional será focado na execução do refarming com aproveitamento de espectro entre tecnologias de serviço móvel pessoal (SMP). “Em alguns dos mercados que éramos só 3G, como no interior de São Paulo, estamos fazendo refarming da faixa de 2,1 GHz, deixando metade para 3G, metade para 4G”, afirmou. “Com isso, viramos um player 4G onde antes éramos apenas de terceira geração.”

Rittes diz que essa operação começou já neste terceiro trimestre, mas ideia é preparar essa migração tecnológica no SMP para 2019. “No quarto trimestre, o Capex será focado nesse refarming”, explica. “Entre US$ 5 milhões e US$ 10 milhões” serão adicionados. O executivo explica que a decisão de investir mais acontece em um momento de renegociação de contratos com fornecedores. Vale ressaltar que a TIM também trabalha na migração de tecnologias com a faixa de 2,1 GHz.

Essa operação está acontecendo agora porque a Nextel pode executar o refarming sem maiores problemas entre tecnologias no SMP. Mas a operadora conta com mais frequências que poderiam eventualmente ser reaproveitadas para o LTE. A diferença é que elas estavam em outorga do serviço móvel especializado (SME), com a qual a empresa prestava serviço com a tecnologia iDEN, agora desligada.

Roberto Rittes afirma que a operadora está analisando como proceder, considerando haver flexibilidade para tomar essa decisão quando achar melhor. “Temos a opção hoje de converter as frequências iDEN para SMP. Há um preço fixado, mas ainda não decidimos atualmente se vamos fazer a opção”, afirmou. A operação foi aprovada em 2015 pela Anatel, mas o valor da migração foi definido somente em abril pela agência no total de R$ 120 milhões, dos quais R$ 51,9 milhões já haviam sido pagos. “Não precisamos de nenhum requerimento, apenas precisamos decidir e converter.”

O porém é que a frequência usada é a de 800 MHz. A Nextel já vinha manifestando desejo de realocá-la para o SMP há algum tempo, mas o executivo diz que o ecossistema de smartphones atualmente no mercado brasileiro teria dificuldades em lidar com a faixa. “A frequência funciona bem, mas tem poucos handsets que funcionam nela. Isso implicaria em ter de importar os aparelhos de algum lugar”, declara.

Estados Unidos e Europa utilizam esse espectro em LTE (bandas 18, 19 e 26). Mas ao menos em smartphones high-end, não deveria haver problema de compatibilidade. Um exemplo é o novo iPhone XS, cujo modelo que será lançado no mercado brasileiro na sexta-feira, 9, será o A2097 (A2101 no caso do XS Max), que possui compatibilidade com a faixa de 800 MHz em LTE nessas bandas, bem como com a canalização ATP da faixa de 700 MHz (banda 28). Os Galaxy S9 e S9+ lançados este ano pela Samsung no Brasil também possuem compatibilidade de 800 MHz em 4G com as bandas 18, 19 e 20.

 

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