A Nextel Brasil encerrou o terceiro trimestre do ano com redução na receita operacional, mas com avanço no lucro operacional, revertendo a tendência de queda dos últimos dois anos, segundo balanço financeiro divulgado pela controladora Nii Holdings nesta quinta-feira, 8. Em comunicado, o CEO da Nextel, Roberto Rittes, declarou que o resultado operacional e financeiro foi “forte” e “fruto da continuidade neste trimestre da tendência positiva iniciada no primeiro semestre”.
Rittes destaca que a combinação de aumento da base com a redução de custos resultou no aumento do lucro operacional antes de depreciação e amortização (OIBDA), que foi positivo pela primeira vez desde o primeiro trimestre de 2017. “Com o fim da rede iDEN, estamos focados em continuar a execução do plano de expansão do 3G/4G e em converter esta expansão em aumento da lucratividade”, afirmou no comunicado.
A Nii Holdings destacou que, em setembro, o Access Industries, através da filiada AI Media Holdings, adquiriu a participação de 30% na Nextel Holdings (detentora de 100% do capital da Nextel Brasil), fatia esta que estava anteriormente nas mãos do grupo norueguês Ice. A companhia norte-americana diz estar “trabalhando em conjunto” com a AI Media para acordar a continuidade dos investimentos planejados em busca do crescimento da operadora brasileira.
A estratégia com a AI Media, declara o CFO da Nii, Dan Freiman, dá uma garantia para a operação. “Sendo bem sucedida, achamos que teremos a liquidez suficiente para sustentar os negócios nos próximos vários anos”, disse ele na teleconferência para analistas também nesta quinta-feira. Além disso, e assim como as demais operadoras no Brasil, a Nextel espera poder contar com créditos tributários referentes à decisão do Superior Tribunal de Justiça sobre o PIS/Cofins. “Temos caso similar, isso poderia desbloquear créditos”, afirmou o executivo, sem revelar a quantia esperada.
Resultados
A receita operacional totalizou US$ 141,7 milhões no trimestre, uma redução de 31% comparado a igual período de 2017. No acumulado dos nove primeiros meses de 2018, a receita operacional foi de US$ 478,9 milhões, uma redução de 30%.
O OIBDA ajustado foi de US$ 12,7 milhões, revertendo o prejuízo de US$ 27,3 milhões no ano passado. O OIBDA ajustado no acumulado do ano foi de US$ 16,4 milhões, também revertendo prejuízo em 2017 (de US$ 11,8 milhões).
O prejuízo líquido no trimestre foi de US$ 41 milhões, uma redução de 32,8% em relação ao ano passado. De janeiro a setembro, o prejuízo líquido foi de US$ 191,3 milhões, queda de 27,3%.
Operacional
A Nextel encerrou setembro com 3,206 milhões de acessos no serviço móvel pessoal (3G e 4G), aumento de 12,7% comparado ao mesmo mês do ano anterior. A grande diferença foi a redução total da base iDEN no período, que agora não é mais contabilizada pela operadora.
A receita média por usuário (ARPU) caiu 26,3%, e agora está em US$ 14. O churn, por sua vez, caiu de 4,47% em 2017 para 2,68%.