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Alberto Griselli, CEO da TIM, durante o lançamento do 5G em São Paulo (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

A TIM planeja limpar de sua base os assinantes vindos da Oi que não usam mais suas linhas. A previsão é de que a limpeza dure até o início de 2023. Durante conversa com jornalistas especializados nesta terça-feira, 8, Alberto Griselli, CEO da operadora, explicou que o processo será iniciado ainda neste mês de novembro, com o grosso das linhas sendo retiradas até o final do ano.

Sem dar previsão de quantas linhas serão desconectadas, o executivo lembra que a rival Vivo fez esse processo e reduziu em 3 milhões de números telefônicos em sua base. Griselli explica ainda que a maioria das linhas a serem desconectadas são pré-pagas e controle. Os principais efeitos que a companhia espera é uma redução nos gastos fiscais, pois a empresa precisa pagar anualmente aproximadamente R$ 20 de taxas por linha ativa.

Mario Girasole, vice-presidente de assuntos regulatórios e institucionais da TIM, relata que o processo de limpeza da base é simples. Mas o problema é que há uma espécie de “período de carência” para o usuário manifestar o desejo de manter a linha.

Sinergias

Além da limpeza da base, o CEO da operadora explicou que enxerga a possibilidade de sinergias em longo prazo com os 17 milhões de clientes (excluindo aqueles que serão retirados da base) da antiga rival. Griselli vê oportunidades em cross-sell e upsell após terminar a migração dos clientes da Oi que está programada até abril de 2023.

“Neste momento, a nossa prioridade é transferir o cliente para o sistema da Oi. Desde agosto deste ano, nós (TIM) migramos 2,5 milhões de clientes para as mesmas condições ou condições melhores que eles tinham na Oi”, diz o executivo. “Além disso, esses consumidores recebem um ganho de cobertura e velocidade da rede que não recebiam antes. Mas temos oportunidades (de incremento de receita) no futuro, more for more, como bundles de conteúdo”, explica o CEO.

ARPU

Griselli compartilhou que a companhia cresceu 24% em receita no terceiro trimestre de 2022, um movimento puxado pela entrada dos clientes da Oi que são um “incremento na receita” à sua companhia. Por outro lado, a entrada deles trouxe redução na receita média por usuário (ARPU).

Dos clientes da Oi que entraram na base da TIM entre agosto e outubro deste ano, 9 milhões usam linhas pré-pagas e 7 milhões são pós-pago. Com a entrada desses consumidores, o ARPU pós-pago ficou em R$ 36 uma queda de 6% ante o terceiro trimestre de 2022. Por sua vez, o ARPU do pré-pago caiu 1,7% e fechou em R$ 12,80 na comparação ano a ano.

“A diluição do ARPU é uma receita do nosso cliente versus a receita do cliente Oi. Isso acontece pois estamos colocando pós-pago e pré-pago da Oi que têm um ARPU menor. O que era esperado, pois o cliente da Oi acessa oferta mais assertiva. E a Oi tinha maior participação do pré-pago”, afirma o CEO. “Com o cancelamento das linhas de clientes inativos, o ARPU volta a subir. E nós vamos implementar ações de marketing com um serviço melhor por um preço ligeiramente maior”, conclui.

 

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