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Roberto Campos Neto, presidente do BC, durante a coletiva de imprensa desta quinta-feira, 9

O ano de 2020 será marcado por uma transformação do sistema financeiro brasileiro, graças a uma série de medidas tomadas pelo Banco Central (BC) que devem aumentar a oferta de crédito, reduzir o custo na intermediação financeira, incentivar a competição bancária e estimular as fintechs. Com o open banking e os pagamentos instantâneos, o Brasil terá um sistema financeiro instantâneo, interoperável e aberto, prevê o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, que realizou uma entrevista coletiva transmitida ao vivo pela web, nesta quinta-feira, 9, em Brasília. E, no seu entender, as fintechs terão papel fundamental na construção desse novo sistema financeiro no futuro.

“Nossa ideia é criar competição bancária. Para onde o mundo está caminhando? Temos que nos adequar a um movimento que já existe e entender que precisamos destravar as barreiras para a competição”, disse o presidente do BC. O objetivo é reduzir o custo de entrada de novos players, fomentando a inclusão financeira e aumentando a participação da população dentro do sistema.

O incentivo às fintechs não significa necessariamente uma perda de receita para os grandes bancos. Na opinião do diretor de organização do sistema financeiro e resolução do BC, João Pinho de Mello, as medidas que estão sendo tomadas vão, na verdade, aumentar a receita do sistema financeiro como um todo: “O objetivo é criar um ambiente competitivo. O tamanho do bolo aumenta para todo mundo. E os grandes bancos têm condição e são competentes para conseguir êxito nesse novo ambiente de maior competição estrutural.”

Sobre o projeto de pagamentos instantâneos, especificamente, Campos Neto o classificou como um “marco” no setor financeiro brasileiro. Ele destacou também a importância da criação do sandbox regulatório e o incentivo a iniciativas de educação financeira da população.

Microcrédito

O apoio ao microcrédito é um dos temas prioritários para o BC em 2020, segundo Campos Neto. A queda dos juros de longo prazo e a modernização da regulamentação promovidas pelo BC vão contribuir para o surgimento de novas ofertas de microcrédito no Brasil, boa parte delas através de fintechs.

No ano passado, o BC tomou, por exemplo, uma série de medidas para fomentar o microcrédito produtivo orientado, como é chamado aquele voltado a empreendedores individuais e pequenas empresas para a compra de equipamentos e realização de ampliações ou reformas. O limite de enquadramento passou de R$ 200 mil para R$ 360 mil de faturamento anual e foi dispensada a visita presencial para a abertura do processo. Essas e outras medidas, combinadas com plataformas digitais e fintechs, devem levar a um crescimento do mercado de microcrédito produtivo orientado, espera o presidente do BC.

 

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