O Conselho de Supervisão da Meta anunciou a análise de quatro novos casos que envolvem imagens de mulheres indígenas parcialmente nuas. A escolha dos casos busca avaliar como as regras de nudez da plataforma impactam os Povos Indígenas, especialmente as mulheres, considerando suas tradições culturais e seus direitos.
No primeiro caso, um usuário do Instagram acabou publicou uma imagem com mulheres Himba da Namíbia, com os seios à mostra e vestindo trajes tradicionais. A imagem vinha acompanhada de uma legenda mencionando o povo Himba, mas as ferramentas automatizadas da Meta, seguida por uma revisão manual, removeram as imagens com base na política de Nudez Adulta, já que pelo perfil do usuário e pela legenda, o usuário não era um Himba mas sim um turista.
O segundo caso era uma situação semelhante, mas ao invés de fotos, envolvia um pequeno vídeo mostrando um homem e duas mulheres do povo Himba com trajes tradicionais dançando. Como as mulheres também estavam com os seios à mostra, o vídeo também foi sinalizado como potencialmente violador das políticas de nudez adulta da empresa, e após uma revisão humana, também foi removido.
Já o terceiro caso envolveu mulheres da tribo indigena Yanomami, no Brasil. Aqui, uma conta oficial de um partido político postou uma imagem de mulheres Yanomami em trajes tradicionais, com texto enfatizando a importância de proteger direitos indígenas. Apesar de inicialmente removido por violação, o conteúdo foi posteriormente revisado por especialista da Meta e foi restaurado com a justificativa de apresentar relevância jornalística e interesse público.
Já o quarto caso analisado pelo conselho envolve a imagem de mulheres indígenas publicada no Facebook por um jornal alemão. A imagem continha uma mulher com os seios desnudos segurando uma criança, com a legenda indicando ser uma mulher de uma aldeia no México. O conteúdo foi removido pois a imagem supostamente pertencia a um banco de dados e indicava uma mulher de uma tribo na Etiópia. Posteriormente, ela foi restaurada pela Meta, com base na presunção de consentimento e contexto jornalístico.
Esses casos levantam questões sobre como as plataformas digitais equilibram políticas de nudez com o respeito a outras culturas, como às culturas. As regras atuais da Meta proíbem a exibição de mamilos femininos, salvo em determinadas exceções, como a amamentação, questões de saúde ou protestos. Vale lembrar que a holding está, neste momento, fazendo uma série de alterações em sua política de verificação do conteúdo.
No entanto, não há exceções formais para contextos não sexuais que envolvam tradições culturais de nudez parcial, comuns em povos indígenas. A Meta, ocasionalmente, permite tais conteúdos com base em relevância jornalística ou no “espírito da política”, mas há inconsistências no tratamento de casos similares.
O Conselho de Supervisão está aberto a comentários públicos até o dia 23 de janeiro, incentivando organizações e indivíduos a contribuírem anonimamente.