Representantes do Grupo de Trabalho (GT) da Câmara dos Deputados formado para acompanhar a implantação do 5G no Brasil se reuniram nesta terça-feira, 9, com Leonardo Euler, presidente da Anatel, e pediram alterações no relatório apresentado pelo conselheiro Carlos Baigorri. Os parlamentares alegaram que o documento traz uma série de exigências que podem atrasar a chegada da tecnologia de quinta geração móvel ao País, tais como o Release 16 e a rede privativa para o governo.
“O 5G é o sonho de todo mundo. Mas se formos esperar a perfeição de tudo aquilo que sonhamos, vamos ficar no final da fila”, afirmou a deputada Perpétua Almeida (PCdoB/AC), coordenadora do GT. Ela defende que o 5G seja implantado ainda neste ano somente nas grandes cidades e capitais do País até que as operadoras possam se adequar às novas regras e ampliar o serviço. Além disso, deputados defenderam o aproveitamento da infraestrutura do 4G para que o processo seja menos custoso e mais ágil. “O 5G terá uma cobertura menor do que o 4G. Se deixarmos as regras como estão no relatório, haverá uma lacuna para o usuário. Para resolver isso, podemos aproveitar o 4G já existente” defendeu Perpétua.
Segundo a deputada, os parlamentares propuseram ao presidente da Anatel que adiasse sua manifestação de voto, marcada para o dia 24 de fevereiro, a fim de que houvesse tempo para que fosse realizada uma grande conferência sobre o assunto, envolvendo especialistas, parlamentares, membros da Anatel e do TCU (Tribunal de Contas da União).
Euler teria concordado com alguns questionamentos dos deputados em relação ao relatório, entretanto, negado o adiamento da votação, comprometendo-se a votar de acordo com os interesses da nação. Procurado pela reportagem, o presidente da Anatel afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que só irá se manifestar no dia da reunião do Conselho Diretor da agência.