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A Claro apresentou uma reclamação junto à Anatel sobre os dados de acessos 5G standalone (SA) e non-standalone (NSA) apresentados pela TIM no mês de dezembro de 2022. Em conversa com a imprensa especializada nesta quinta-feira, 9, Paulo Cesar Teixeira, CEO da Claro, demonstrou ceticismo sobre os dados da rival.

“Vamos desmitificar a história do SA. Você acredita que uma operadora tenha 97% dos clientes em SA? Isso é uma informação inconsistente”, afirmou aos jornalistas. “Nós questionamos a Anatel, e eles estão questionando a operadora, pois não tem base para isso. Nós temos 44% da nossa base de 2,5 milhões de aparelhos aptos para o SA – ou seja, 1,1 milhão de handsets na base da Claro podem acessar o standalone”, completou.

No relatório de dezembro, a TIM apresentou ao regulador 1,2 milhão de acessos no SA contra 33 mil no NSA. Por sua vez, a Claro possuía 1,6 milhão no NSA e 1,2 milhão no SA. E a Vivo, 1 milhão no SA e 955 mil nos NSA. Um dos pontos que Teixeira sustenta para seu pedido é que os handsets da Apple com 5G ainda não passaram por homologação, algo que representa mais de um terço de sua base e deve ser similar em seus competidores.

“Hoje, você não tem nenhum iPhone no Brasil que conecte ao SA. No 5G, isso significa mais de um terço da base (38%). Portanto, quando há uma estatística que uma operadora revela que tem 97% em SA, algo está errado. É preciso entender como ela conseguiu esse milagre. Não tem nenhum iPhone e todos os outros dispositivos (Android) são 5G SA?”, questionou.

O CEO lembrou que o iPhone com SA ainda está em teste (nas operadoras). Os únicos homologados com 5G SA são Motorola, Samsung e Xiaomi.

Mercado e obrigações

Teixeira enfatizou que a Claro terminou o último ano na liderança do 5G no Brasil com 43% de market share, em uma evolução que saltou de 500 mil para 2,5 milhões de conexões em um ano. Disse ainda que, atualmente, 15% do tráfego da rede móvel já é 5G em mercados maduros, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre.

Explicou ainda que a operadora e suas rivais estão indo além das obrigações do leilão. Um exemplo que deu foi a liberação do 5G em 38 cidades com mais de 500 mil habitantes e conurbadas (próximas a capitais e que tenham mais de 30 mil habitantes) que a Claro fez em janeiro, um adiantamento à regulação que pede a liberação da rede em cidades com mais de 500 mil habitantes em julho deste ano.

“Na partida, todo mundo (três operadoras) fez um número maior de ERBs que o obrigatório. A nossa estratégia foi similar à da Vivo com foco nas áreas onde havia potencial de tráfego 5G. A TIM fez um esforço maior em alguns mercados. Mas hoje temos mais cidades com 5G que qualquer um deles”, disse.

O dobro

O CEO da Claro afirmou que atualmente há imprecisão nos números da Anatel, pois o regulador contabiliza apenas os usuários 5G conectados em áreas já liberadas pelo Gaispi. Se contabilizar todo o País, ou seja, os consumidores com aparelhos 5G e que estão fora de cobertura pela nova rede, o volume é o dobro.

“Quando compramos a banda de 2,3 GHz, a colocamos em municípios onde temos demanda de quinta geração. Isso porque os aparelhos 5G efetivos no Brasil são o dobro do que a Anatel divulga. Eu tenho 5 milhões de dispositivos com 5G na base da Claro. Nas áreas que temos 5G em dezembro de 2022, é o número que a Anatel divulgou: 2,5 milhões”, concluiu.

 

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