“O FWA tem um problema: a questão do custo do device”, disse o CEO da Claro, Paulo Cesar Teixeira nesta quinta-feira, 9. Em conversa com a imprensa especializada durante o lançamento do Samsung Galaxy S23, o executivo afirmou que tem provocado os parceiros do mercado de redes para trazer produtos a preços atrativos para competir com a fibra ótica em regiões longínquas.
Confirmou que um primeiro sinal de dispositivo barato deve vir no final de 2023, por meio da parceria entre Qualcomm e Intelbras.
“Tonisi (presidente da Qualcomm) mandou ontem um material do novo modem 5G, o X35. É um low-cost da Qualcomm e que vai permitir chegar a um preço mais competitivo”, disse. “Pedi para a Qualcomm tirar uma série de funcionalidades desse produto, mas o principal custo é o chipset. Então, eles vão trazer esse chipset mais barato. Tonisi confirmou que vai lançar no final do ano (o X35) com redução de preço expressiva no FWA”, completou, ao dizer que a operadora segue fazendo testes no FWA.
Preço
Teixeira explicou que o FWA compete com a fibra ótica, em especial por ela ser mais barata e ter muitos quilômetros instalados pelos ISPs no Brasil em regiões em que o FWA serviria, como áreas rurais e periféricas.
“Mesmo nessas áreas, o Brasil tem fibra ótica de baixo custo. Os ISPs atuam muito nessas áreas”, afirmou. “Um ADSL, hoje, está R$ 100 (média). Na periferia, o vendedor oferece por R$ 70 a R$ 80. O FWA tem que competir com esse preço”, afirmou.
O CEO disse ainda que para competir em “condições boas”, o FWA, com espectro de 3,5 GHz, precisa trabalhar em velocidades menores e compartilhando espectro com a rede móvel. Também afirmou que ainda há “limitantes que fogem do controle”. Por exemplo, o FWA pode variar bastante na medição da qualidade de redes e vai depender da operadora, se está conectado via Wi-Fi 6 e se está na banda correta de rede wireless.
Redes privativas e MVNOs
Em redes privativas, Teixeira afirmou que o mercado percebeu a importância das três grandes operadoras neste setor: “Naturalmente, os clientes perceberam que a indústria (de redes) ofereceu a eles um modelo para vender direto, sem operadora. Só que os clientes perceberam que sem operadora, não é um bom caminho, pois a operadora dá muito suporte. Acredito que o Brasil vai seguir o caminho de usar o operador. Até porque competimos muito”, explicou.
Por sua vez, em outra frente que deve avançar no 5G, as redes virtuais (MVNOs), acredita que haverá aquecimento “quando as ISPs lançarem seus serviços móveis” e, com isso, elas precisarão das operadoras nacionais.
“Então, eles vão ter que escolher entre as três (Claro, TIM e Vivo) para usar como roaming”, disse. “Hoje, (MVNOs) não é um tema que queremos falar abertamente. Deixamos andar”, concluiu.
Fórum de Operadoras Inovadoras
O 6º Fórum de Operadoras Inovadoras, evento organizado por Mobile Time e Teletime, contará com um painel sobre as perspectivas do FWA no mercado brasileiro. O seminário acontecerá nos dias 22 e 23 de março, no WTC, em São Paulo. A agenda atualizada e mais informações estão disponíveis no site www.operadorasinovadoras.com.br.