A Ericsson apresentou três novidades importante para o segmento de telecomunicações nas últimas 24 horas, sendo duas delas parcerias aguardadas e a introdução de um serviço robusto com inteligência artificial em seu portfólio. Nesta sexta-feira, 9, a empresa firmou um acordo da Vonage com a Verizon em desenvolvimento de APIs avançadas de redes e apresentou a plataforma Intent-Based Operation, uma espécie de ChatGPT para telecomunicações. E na última quinta-feira, 8, a fornecedora fez uma demonstração de network slicing 5G com BT Group e Qualcomm.
IA
Feito com a plataforma Ericsson Operation Engine, o Intent-Based Operations permite que um especialista de rede peça para o prompt a ação que quer realizar na rede, ou também quais informações precisa naquele momento para uma tomada de decisão, inclusive em tempo real. A tecnologia consiste em uma biblioteca de IA e automação da Ericsson que é fortalecida por machine learning, orquestração de rede, machine reasoning e gerenciamento de dados.
No vídeo da companhia, um funcionário pede ao prompt 600 Mbps de download para os clientes premium de uma empresa (fictícia) por três dias. O Intent-Based Operations responde que “com base em informações prévias, isso resultaria em uma queda de 3% na velocidade de downlink dos demais usuários’ e questiona o operador se deseja continuar com o procedimento. O profissional responde que sim, e a plataforma implementa e informa o período que os usuários premium terão acesso aos 600 Mbps.
A ideia é que o prompt traga transparência e controle total à operadora, isso em um universo com network slicing, 5G e aplicações de missão crítica que precisam de mais conectividade, ou incremento na demanda de rede das empresas em missões e momentos críticos – como uma final do Super Bowl ou um grande evento como Carnaval.
Quem testou o Intent-Based Operations foi a Digital Nasional Berhad (DNB), um órgão do governo malaio que implementa as redes 5G do país em formato wholesale para as seis operadoras locais. Com a tecnologia de IA da Ericsson, o CTO da DNB, Ken Tan, afirmou que conseguem escalar a capacidade da rede sem custos adicionais, algo que é essencial para tornar o preço do 5G acessível e de fácil implementação para empresas e usuários comuns.
Network Slicing
O grupo formado por Ericsson, Qualcomm e BT realizaram uma prova de conceito de fatiamento em uma rede 5G. Feito no espaço de testes da operadora em Adastral Park, Reino Unido (uma antiga base da RAF que hoje é um campus científico), as companhias dividiram a rede em duas partes: uma para jogos móveis focada no consumidor final e outra para videoconferência dedicada ao segmento corporativo.
Feito em padrão standalone (SA) com core da Ericsson e um smartphone Samsung Galaxy S23 com Qualcomm Snapdragon 8 Gen 2, os testes revelaram uma experiência fluída no acesso aos jogos da plataforma de cloud gaming da NVIDIA, NVIDIA GeForce Now, com uma média de velocidade de 25 Mbps e resolução de 1008p. Vale dizer, o consumo de jogos mais que dobrou o tráfego da rede da operadora da BT, EE, em uma média de 2 PB por mês em 2023.
Com os mesmos equipamentos, o teste manteve uma comunicação estável em streaming vídeo em 4K e plataforma de comunicação em vídeo. Nesse caso, as empresas usaram fatiamento dedicado para empresas e Regras de Seleção de Rota para Equipamentos do Usuário (USRP), essa última uma funcionalidade que permite conectar a múltiplas redes fatiadas, ou seja, o usuário pode se beneficiar em mais de uma rede fatiada em diferentes aplicações.
APIs
Na parceria Vonage e Verizon, um memorando de entendimento (MoU) foi assinado pelas companhias para introduzir as APIs da operadora na plataforma da fornecedora. A ideia é fornecer à comunidade de desenvolvedores o acesso às capacidades e serviços de rede da telco para criar aplicações. A relação entre as duas companhias também vale para o desenvolvimento de futuras APIs.
Vale dizer, a Verizon mira usar suas APIs para atingir os desenvolvedores e seus desenvolvedores em escala global.
Crédito: imagem produzida por Mobile Time com IA generativa (Dall-E 3)