A TIM planeja evoluir na cobertura LTE por meio da expansão do refarming. Desde 2016, a companhia migra capacidade na faixa de 1.800 MHz de 2G para 4G, mas essa não será a única frequência. “Estamos no próximo passo: começamos o refarming de 2,1 GHz, usado atualmente em 3G”, confirmou o CTO da operadora, Leonardo Capdeville, durante teleconferência de resultados nesta quarta-feira, 9.
Além de obter uma eficiência espectral melhor, o plano da TIM é também facilitar a migração do cliente para a tecnologia mais recente – e, com isso, gerar mais receita de dados. “Estamos pegando a oportunidade para levar mais consumidores ao 4G. Não é só de 2G para 4G, mas também de 3G para 4G”, disse Capdeville.
Há exatos dez anos, a TIM começou a ofertar o serviço 3G na faixa de 2,1 GHz no Rio de Janeiro e em São Paulo, embora já operasse com a tecnologia na frequência de 850 MHz nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Curitiba, Recife, Florianópolis, Fortaleza e Salvador. Na época do leilão do espectro, em 2007, a Anatel disponibilizou blocos de 10 MHz + 10 MHz e de 15 MHz + 15 MHz. Ainda não está claro qual será a parcela da capacidade dedicada ao refarming para LTE na operadora.
Segundo informações de abril deste ano da associação global de fornecedores móveis, a GSA, pouco mais de 50 redes no mundo utilizam a faixa de 2,1 GHz para LTE. Ela é a sexta frequência mais usada, atrás das faixas de 1.800 MHz, 800 MHz, 2,6 GHz, 700 MHz e AWS.
Desligamento de 2G
O plano não significa que a empresa já esteja com planos concretos de desligamento da rede GSM no Brasil. Conforme explicou o CTO da operadora, a questão é muito menos ligada à infraestrutura da empresa em si, e muito mais à base e ao handset que os clientes utilizam. “A oportunidade de desligar a 2G é interessante não apenas para evitar custo, mas também para levar o consumidor para o novo mundo dos dados. Mas acho que a parte mais sensível é mais relacionada ao dispositivo do que do lado da infraestrutura”, declara.
No ano passado, Capdeville estimava que a tecnologia 2G ainda sobreviveria no País por “cinco ou seis anos”. Na época, ele já havia indicado interesse no refarming das frequências de 2,1 GHz e de 850 MHz.