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Está em fase final a montagem da rede privada móvel 5G dentro do Instituto de Radiologia (InRad) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP), em São Paulo. Sua primeira aplicação será a realização de exames de ultrassom com o médico acompanhando remotamente. A expectativa é de que o primeiro ultrassom realizado com a rede aconteça em junho, com o médico localizado em outra sala do InRad.

HC; Hospital das Clínicas

Marco Bego, do HC: “Estamos ainda em uma fase de monitorar e receber informações. Mas a expectativa no mundo inteiro é de conseguir no futuro realizar uma cirurgia à distância”. Foto: divulgação

“Esperamos testar serviços em que o profissional de saúde possa atuar remotamente. Estamos ainda em uma fase de monitorar e receber informações. Mas a expectativa no mundo inteiro é de conseguir no futuro realizar uma cirurgia à distância”, comenta Marco Bego, diretor de inovação do Hospital das Clínicas.  

Depois dos testes dentro do próprio HC, a solução será levada em julho para pacientes em uma cidade do interior de São Paulo, ainda a ser escolhida. E em setembro está planejado realizar exames com acompanhamento à distância em tempo real em regiões remotas do Norte do País, com equipamentos portáteis de ultrassom. Serão feitos testes em três localidades do Norte: uma base do HC em Santarém, uma comunidade ribeirinha no Rio Amazonas e um barco-hospital.

Além do desafio tecnológico, será preciso definir protocolos de comunicação entre a equipe médica do HC e as pessoas que vão operar o equipamento portátil de ultrassom à distância, que não necessariamente serão profissionais de saúde. “Precisa ser uma linguagem adequada, que as pessoas entendam. Isso precisa ser estruturado e testado”, explica Bego.

Rede

A rede privada móvel 5G do HC será composta por duas antenas dentro do InRad e usará arquitetura OpenRAN. Trata-se de uma rede distribuída, cujo core ficará instalado no data center do Itaú, um dos parceiros do projeto. A frequência adotada será a de 3,7 GHz, por meio de uma licença experimental obtida pelo HC junto à Anatel, com validade de três meses – posteriormente será pleiteada uma licença científica, com duração mais prolongada.

A conexão do equipamento portátil de ultrassom será feita através de um smartphone 5G ou até mesmo via satélite, se necessário, onde não houver 5G ainda.

Investimento, parceiros e futuro

O projeto vai consumir investimentos de R$ 5 milhões em sua primeira fase e envolve diversas empresas e instituições: Deloitte, Itaú Unibanco, Siemens Healthineers, NEC, Telecom Infra Project (TIP), Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

“Estamos montando diversos casos de uso. Queremos ser referência nacional, e também na América Latina e em países emergentes, que enfrentam desafios similares de deficiência em conectividade. Podemos ser um bom laboratório”, comenta Marcia Ogawa, sócia-líder da Indústria de Tecnologia, Mídia e Telecom da Deloitte, que atua como uma consultora no projeto.

A intenção é expandir a iniciativa no futuro, talvez através de parcerias público-privadas (PPPs). “Vamos buscar funding para ter escalabilidade. Não queremos parar no piloto. Queremos colocar em produção. Pode ser através de uma parceria público-privada. Mas primeiro a solução tem que funcionar, se mostrar viável e útil do ponto de vista da medicina”, acrescenta Ogawa.

MPN Forum

O projeto do HC será um dos cases de redes privadas móveis no Brasil que será apresentado na primeira edição do MPN Forum, seminário dedicado ao mercado de redes privadas móveis, organizado por Mobile Time e que acontecerá no dia 12 de julho, no WTC, em São Paulo. Cases da Neoenergia e da Petrobras também já estão confirmados. A agenda atualizada e mais informações estão disponíveis em www.mpnforum.com.br.

 

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