A Vultr expandiu a capacidade e o armazenamento de seu datacenter de São Paulo/América Latina em mais de 200% e quer atender empresas de telecomunicações e de aplicativos móveis que precisam de serviços como edge computing, kubernetes, storage, proteção de DDoS e máquinas virtuais.
Especificamente em telecom, a companhia norte-americana quer replicar no Brasil o caso de uso da rede 5G em nuvem da indiana Airtel, o terceiro maior conglomerado do setor com 2,5 bilhões de usuários no mundo (Ásia e África), sendo 491 milhões na Índia.
Em conversa exclusiva com o Mobile Time, Kevin Cochrane, CMO da Vultr, explicou que a Airtel pareou a nuvem da Vultr com sua rede de quinta geração e computação edge, que ficam nas estações de rádiobase da operadora. Paralelamente, a tele oferece serviços de cloud e edge computing da Vultr para seus clientes empresariais, inclusive com edge em 5G.
“Nós somos o único provedor de nuvem (cloud service provider ou CSP) que eles revendem. E a missão da Airtel é instalar as antenas de 5G por toda a Índia e depois digitalizar a economia do país, em especial os pequenos e médios negócios que ainda não são digitalizados. A operadora quer usar a nuvem da Vultr como vantagem para transformar a Índia em uma nação digital-first”, explicou.
“Esse mesmo modelo que temos com a telecom líder do mercado nós queremos trazer para as operadoras brasileiras. Ainda estamos em estágios iniciais de conversas com as empresas, mas esperamos replicar o modelo da Airtel no Brasil”, completou.
Mobile e IA
Para empresas com aplicativos móveis, Cochrane afirmou que fornece infraestrutura de nuvem, o que inclui desde máquinas virtuais com CPU, GPU, storage, até um marketplace aberto com funções de parceiros que podem acelerar apps, como gestão de kubernetes, DevOps, programação direta na nuvem em Runtime e uso de CPUs para rodar funcionalidades que precisam de machine learning, como oferta personalizada de produtos.
O executivo explica que essa oferta completa é um dos diferenciais da Vultr no mercado, ao lado de outros pontos como fácil visualização da gestão da nuvem, custo mais atraente, CPU e GPU de ponta com AMD e NVIDIA, independentes e sem lock-in, uma vez que os serviços ofertados no marketplace são de terceiros.
Em inteligência artificial, a ideia da companhia de nuvem é ajudar a desenvolver mais engenheiros de machine learning. A Vultr tem uma biblioteca de documentos para guiar os profissionais no desenvolvimento de ML e pretende lançar uma série de tutoriais em vídeo (40 minutos cada) para ajudar os especialistas neste universo.
Outra iniciativa que envolve IA é o programa Digital Startups que selecionará e dará até US$ 100 mil em crédito no Vultr para novas entrantes brasileiras que precisam acelerar, testar e implementar aplicativos digitais e baseados em inteligência artificial.
Estratégia
Cochrane explicou que um dos principais motivos para a expansão do datacenter é aumentar sua rede de contatos e construir um alicerce no Brasil, inclusive em telecom, mobile e startups de inteligência artificial, e assim ajudar o crescimento digital entre as empresas brasileiras.
O CMO disse ainda que isso faz parte da estratégia de longo prazo de sua companhia no Brasil. Em 2024, após a expansão do ecossistema de parceiros, batizada como Vultr Cloud Alliance, Cochrane confirmou que terá São Paulo como o centro de suas operações na América Latina.
Fundada em 2014, na Califórnia, e com dois anos de atuação no Brasil, o executivo lembra ainda que a companhia teve 300% de crescimento entre junho de 2022 e junho de 2023, além de um incremento de 40% entre maio e julho deste ano. Com isso, o Brasil se tornou o principal mercado entre os 32 datacenters para seis continentes que a Vultr tem no mundo.
*Kevin Cochrane, CMO da Vultr (crédito: divulgação/Vultr)