A partir deste mês de novembro podemos dizer que listas telefônicas impressas são coisa do passado. Literalmente, pois uma das mais tradicionais empresas do ramo, a GuiaMais, publicou no mês passado em Goiânia a sua última edição impressa de uma lista telefônica. A empresa, que por mais de 20 anos editou listas telefônicas em várias capitais no País, agora passa a ser 100% digital. Seu objetivo é ajudar pequenas e médias empresas a terem uma presença na web e no celular.

"Somos uma agência completa para incluir digitalmente as pequenas e médias empresas do Brasil. É para a pizzaria, para a academia de ginástica, para o armarinho etc", diz a diretora de marketing digital da GuiaMais, Andreza Santana.

O primeiro passo nessa transição foi passar as listas telefônicas para a Internet. No site GuiaMais.com, há dezenas de milhares de telefones de estabelecimentos comerciais do Brasil inteiro, organizados por cidade e classificados por categorias. Dentro dessa base de dados, 60 mil são clientes ativos, que pagam para ter destaque dentro do guia digital. O site recebe cerca de 22 milhões de visitantes únicos por mês. E 43% do tráfego provêm de dispositivos móveis. Um ano atrás menos de 20% era mobile. O GuiaMais.com existe também na forma de app (Android, iOS).

O segundo passado da companhia foi oferecer o desenvolvimento de sites web próprios para pequenas e médias empresas. Há três anos, uma equipe de 60 pessoas em São Bernardo de Campo se encarrega dessa tarefa. De lá para cá, mais de 8 mil sites foram construídos para os mais diversos negócios do Brasil inteiro. Todos são responsivos, podendo ser visualizados adequadamente em dispositivos móveis. "Temos uma equipe de vendas que sai para a rua, tira fotos do estabelecimento do cliente e depois vai para a área de produção, onde acontece refinamento do conteúdo, tanto das imagens quanto dos textos. Produzimos o site em sete dias. É um produto de massa, mas extremamente profissional", garante Andreza. Os sites são construídos usando técnicas de otimização de busca (SEO), para serem mais facilmente encontrados na web. A empresa cobra R$ 990 pelo desenvolvimento de cada site e depois uma taxa anual de manutenção do domínio.
Outro serviço oferecido é a coordenação de campanhas de links patrocinados no Google, tanto para web quanto para celular. Mais de 4 mil campanhas já foram feitas, com investimento a partir de R$ 250 por mês. E agora a GuiaMais passa a gerir também campanhas no Facebook e no Twitter.

O passo mais recente foi dado no mês passado: a GuiaMais se preta a operar a loja virtual e o programa de cupons de qualquer site. Até a plataforma de pagamento é gerenciada pela companhia, mas a entrega do produto continua a cargo do cliente. Cerca de 50 sites já aderiram.

A construção de apps para PMEs também será oferecida no futuro, porém, é preciso aguardar por um amadurecimento do mercado, explica Andreza. "Muitas empresas grandes cometeram o erro de criar apps que não emplacaram. O app faz sentido quando o uso é muito recorrente. No nosso caso seria um produto extremamente de nicho", comenta.

História

No seu auge, a GuiaMais chegou a ter 2,5 mil funcionários em um prédio inteiro na Rua Flórida, em São Paulo. A Internet, contudo, avançou como um tsunami sobre as finanças da empresa, que perdeu receita rapidamente em poucos anos. Endividada, precisou entrar em recuperação judicial, iniciada em setembro deste ano. A empresa foi enxugada e conta agora com 400 funcionários. Pelo acordo de recuperação judicial, salários e pagamento de fornecedores não podem ser atrasados. O lucro operacional daqui em diante será usado para o pagamento das dívidas do passado. A companhia está otimista quanto à sua recuperação financeira: concluída a transição para o mundo digital e reformulada a sua estratégia, a GuiaMais gera uma receita anual de R$ 170 milhões.

 

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