O CEO da BBChain, André Carneiro, enxerga na estrutura em silos um risco para a economia baseada em tokenização não avançar o necessário. Durante o evento Conecta ABBC nesta quinta-feira, 9, o executivo afirmou que em muitas conversas de mercado os bancos ainda cogitam criar suas próprias redes de blockchain e deixá-las fechadas para seus parceiros.
Para Carneiro, o pensamento em silos “não funcionou no passado e não vai funcionar agora”, uma vez que o conceito da economia tokenizada e com redes é de que sejam “abertas e transparentes por natureza”. Em sua visão, as empresas do setor financeiro precisam encontrar um espaço de “nivelação e cooperação” no desenvolvimento da economia tokenizada, sem deixar de competir.
Para Rafael Biachini, coordenador de regulação e riscos financeiros em infraestrutura do mercado do BC, uma ameaça que vê para a economia tokenizada é o lobby do mercado por uso de certas soluções ou controle de ecossistema, como os cartórios. Outro risco que enxerga é o dogma de especialistas do mercado de que “tokenização vai resolver todos os problemas”.
“Nem todo produto de blockchain é para todo o mundo. Vejo que as soluções podem ser complementares. O Pix pode ser complementar à tokenização no varejo. Não vejo esse volume que temos no Pix para transações com blockchain. Mas outras áreas podem avançar com tokenização”, disse.
Por sua vez, Thamila Talarico, sócia-líder de blockchain e ativos digitais da EY, a ameaça pode levar a uma mudança da regulação. Contudo, a especialista não acredita que a regulação no Brasil seja um risco, mas sim as normas norte-americanas, em especial da SEC, que Talarico vê mais como coercitiva.