O CEO da Fintalk, Luiz Lobo, afirmou que a utilização da inteligência artificial generativa não pode ser vista como uma “panaceia”. Na sua opinião, as empresas precisam entender os riscos e os limites da tecnologia, como as alucinações para o atendimento externo. Durante o Conecta ABBC, Lobo afirmou que a IA generativa deve usar múltiplos algoritmos, além de ter uma base de dados bem estruturada e funcionalidades “simples”, como automação de documentos.

Paulo Aragão, diretor de arquitetura de soluções da AWS, afirmou que a curadoria da base de dados é fundamental no trabalho com IA generativa. Para o especialista, embora muitas empresas se preocupem e tentam ajustar o custo operacional de plataformas com IA generativa, o valor para treinar e deixar uma aplicação bem-ajustada (fine tuning) é menor que o custo da operação. Dito isso, Aragão acredita que 70% a 80% do trabalho das áreas de tecnologia com IA generativa deve ser em curadoria.

Contudo, o executivo da AWS acredita que antes do treinamento e da estruturação das bases, as empresas precisam garantir a governança e a responsabilidade em IA generativa de “forma robusta”. Na prática, isso significa trazer mais representatividade econômica e social no desenvolvimento dos algoritmos para evitar falhas, alucinações e vieses, por exemplo.

“É preciso democratizar, dar acesso fácil à tecnologia para todos. E as empresas de tecnologia, inclusive nós (AWS), temos que investir na capacitação das pessoas”, disse Aragão. “O futuro da IA daqui a cinco anos pode ser ruim e errado se for baseado em dados que não são bem curados. Pode gerar exclusão social. Utilize múltiplas LLMs e capacitação em IA, ou não estaremos em lugar nenhum com IA no futuro”, completou.

Futuro

Thiago Viola, diretor de inteligência artificial da IBM na América Latina, acredita que o momento no mercado é de início de uma “curva de amadurecimento boa” com criação de aplicações nascidas em IA, o embedded AI. Mesmo em indústrias mais antigas, como a financeira, o executivo acredita que as companhias começam a “tirar vantagem da IA tradicional com a IA generativa”, como é o caso do Bradesco.

“Vamos entrar na era de AI for business. As empresas tirarão vantagem da IA generativa para fazer cross-sell e up-sell, aumentar a satisfação do cliente, aumentar volume de venda e trazer mais rentabilidade através da AI”, previu Viola, ao citar casos simples como ‘checar meu saldo’. “É difícil prever cinco anos no futuro com a IA generativa, mas acredito que passaremos por um ciclo de maturidade para ter embedded AI em qualquer parte do dia a dia. E vamos fazer isso de forma rápida”, completou.