Frederico Menegatti CEO Getrak com o dispositivo Sigfox

Frederico Menegatti, CEO da Getrak, com o dispositivo GetrakFox em sua mão

A Getrak espera chegar a 700 mil dispositivos conectados sob sua gestão até o final de 2019. A companhia, que trabalha com telemetria automotiva, atualmente tem uma base de 450 mil veículos conectados. Uma das principais apostas da empresa é o GetrakFox, solução de rastreamento veicular conectada à rede SigFox da WND Brasil. Com pouco mais de dois meses de operação, o GetrakFox está com 2 mil clientes em todo o País. Até o final do ano, Frederico Menegatti, CEO da Getrak, espera que a solução baseada em SigFox chegue a 150 mil veículos. O executivo explicou ainda que o produto foi desenvolvido durante 18 meses, até ser lançado.

“Nós procuramos algo específico para o nosso mercado. Ele é muito atípico e não conseguimos achar. As redes de Internet das Coisas foram criadas, mas não tinham um dispositivo (de rastreamento veicular) no mercado. Por isso criamos ele”, disse Menegatti, em conversa com Mobile Time. “O GetrakFox começou a ser criado há um ano e meio. Começamos a integrar o dispositivo com o nosso software de inteligência artificial (DeepTrack) que temos na Getrak para analisar e prever furtos e roubos”.

Questionado sobre o motivo para o usar o SigFox e não outras redes de IoT, como LoRA e NB-IoT, ele disse que utilizou a rede da WND porque era a “única comercial” no Brasil e que poderia trabalhar com “baixo custo, baixo consumo de energia, e em uma rede que fosse mais barata e com uma cobertura razoável” (70% das cidades com mais de 200 mil habitantes). Contudo, o CEO espera conversar com outras operadoras, quando outras redes comerciais de IoT forem lançadas.

Sem apresentar dados financeiros, Menegatti disse que 2018 foi “próspero” para sua firma. Com um crescimento de 65% em receita, 20% em volume de parceiros – ao todo são 700 –, um aumento da base de veículos próximo a 30%, e o negócio de equipamento conectados cresceu 200%.

Além do GetrakFox, a empresa possui outros dispositivos em 2G, 3G e 4G. O equipamento com 2G responde pela maioria das conexões da Getrak e deve chegar a 550 mil veículos até o final do ano.  Vale lembrar, a companhia trabalha apenas no modelo B2B.

Batismo de fogo

Recentemente, a aplicação GetrakFox foi colocada à prova. Um usuário teve seu carro roubado em Pernambuco. O Toyota Corolla possui dois rastreadores, um 2G e outro na rede SigFox. Os ladrões conseguiram desligar o equipamento 2G, mas não o GetrakFox. Como resultado, a equipe de segurança foi acionada e conseguiu recuperar o veículo e evitar um prejuízo de R$ 60 mil a seu dono.

“Os criminosos roubaram o veículo, conseguiram identificar o dispositivo 2G, mas não conseguiram identificar o SigFox”, afirmou Menegatti. “O usuário pode ligar ou usar um app para acionar um de nossos parceiros para recuperar o veículo. Neste caso, a recuperação do automóvel foi feita pela Vale Car”.

As expectativas com o equipamento não param por aí. O produto está com projeto piloto na Argentina, México, Colômbia, assim como em dois países na Europa. Além disso, o GetrakFox pode ganhar versões para outras indústrias: “Desenvolvemos esta primeira versão, mas temos um roadmap de investimentos de R$ 5 milhões em 24 meses. Queremos desenvolver mais, levar para outros segmentos, e analisar outras redes de IoT que estão chegando. Temos demanda de caçambas, unidades autônomas (geladeiras, TVs, malotes de banco), que precisam ser rastreadas. São demandas trazidas por nossos parceiros. Ele cabe na palma da mão, mas queremos diminuir para o tamanho de um chaveiro”.

DeepTrack

Menegatti falou sobre outra aposta da empresa: a plataforma de inteligência artificial DeepTrack. Usada para analisar e prever furtos e roubos de veículos, ele explica que o software realiza análise massiva de dados, capaz de gerar entre 70 a 100 alertas de possíveis furtos por dia.

“A plataforma de IA está com 150 bilhões de registros. Ela faz um processo massivo de informações. Ou seja, ela entende de forma autônoma como um veículo está sendo roubado ou furtado”, revelou. “Hoje, quase 80% dos alertas são falsos. Queremos chegar a 20%. No assalto (de Pernambuco), por exemplo, o cliente avisou antes. Mesmo assim, a DeepTrack gerou o alerta quando o 2G foi desligado”.

 

 

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