Dados patrocinados têm virado notícia. Em janeiro, a Verizon lançou o seu serviço de dados patrocinados chamado Freebee. Apesar de lento no início, o conceito de dados patrocinados está ganhando força e, pelo que tudo indica, 2016 será o ano da sua decolagem.
Há uma possibilidade de as Olimpíadas do Rio se tornarem o kickstart, ou melhor, o pontapé inicial para as grandes marcas utilizarem dados patrocinados como ferramenta de marketing direto. Acredito que esses Jogos Olímpicos poderão se tornar conhecidos como a Olimpíada da mídia social. Há cerca de 1,8 bilhão de usuários sociais globalmente, ou seja, praticamente 25% da população do mundo. Com um evento global acontecendo, as pessoas muito provavelmente ficarão antenadas nas mais frescas informações, vídeos e fotos. Os espectadores deste evento não vão querer esperar para voltarem aos hotéis para fazerem upload de conteúdo.
Todo mundo sabe o preço de roaming de dados no exterior. Dessa forma, a maioria desliga esse recurso assim que pisa no avião. Imagine que você está assistindo Usain Bolt nos 100m final e você grava a corrida até que ele cruze a linha para ganhar o ouro. Digamos que o Usain repita a sua marca de 9,63 segundo, como os Jogos Olímpicos de 2012, e que você queira compartilhar este vídeo no YouTube. Quanto isso custaria? Vamos imaginar: tomando como base uma pessoa irlandesa usando roaming de dados, isso custaria 21,71 € (euros) para fazer upload do vídeo. Ou se a pessoa é cliente da operadora T-Mobile, o mesmo vídeo custaria cerca de $ 52,96 (dólares). Historicamente, os turistas têm uma tendência a desligar o 3G e o roaming quando estão fora do País por medo de surpresas nas faturas do smartphone. Então como é que os visitantes poderiam aproveitar seus recursos multimídia nos dispositivos móveis sem receber contas astronômicas de tarifas de roaming? A solução está exatamente no dado patrocinado.
Marcas como Coca-Cola, McDonalds e Nike têm a oportunidade de promoverem campanhas de marketing que serão visualizadas pelos usuários, porém, por outro lado, este usuário teria tráfego de dados gratuito. O processo é bastante simples, basta ao consumidor visualizar ou interagir com uma determinada campanha comercial ou de marketing e, por sua vez, ganhará acesso ao tráfego de dados e voz, sem custo.
Essas marcas têm um público cativo para oferecer publicidade direcionada relevante, com uso de dados livre. Grátis Facebook ou YouTube é o que poderia ser oferecido em troca da propaganda, por isso é uma condição vitoriosa, pautada no ganha-ganha para a operadora de telecomunicação, para marca patrocinadora e ainda ao usuário final.
Como as empresas patrocinadoras já costumam fazer altos investimentos em publicidade durante os Jogos Olímpicos, essa é a oportunidade delas inovarem e promoverem campanhas diferenciadas e pioneiras, tanto do ponto de vista tecnológico como promocional e de comportamento.
Como atletas estão treinando duro para os Jogos Olímpicos, as operadoras de telecomunicação brasileiras precisam começar a se preparar também. Há uma grande expectativa em torno da qualidade da experiência do usuário em relação ao acesso e transmissão de dados a partir de seus dispositivos móveis durante as Olimpíadas deste ano. A rede LTE será crucial para fazer desta Olimpíada um evento de mídias sociais. Para isso, as operadoras têm de trabalhar em colaboração com as principais marcas Olímpicas e terem consciência de que a tecnologia de dados patrocinados é uma possibilidade da qual só há ganhadores.