O superintendente de controle de operações da Anatel, Gustavo Santana Borges, confirmou que a agência está investigando o vazamento de dados que teria origem nas operadoras brasileiras. Durante participação no evento promovido pelo Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (IRICE) nesta quarta-feira, 10, o representante da reguladora confirmou que é um inquérito adicional ao realizado pela ANPD.
“Abrimos um processo administrativo para averiguar os fatos. Estamos apurando com as empresas”, disse durante o evento.
Borges disse ainda que a Anatel tem competência técnica para analisar o vazamento. Contudo, a descoberta de quem vazou os dados é um caso de investigação policial: “A pessoa que fez esse vazamento cometeu um crime. E a polícia, sim, tem capacidade de identificar”, completou.
Essa é a primeira vez que a Anatel se manifesta sobre o fato. Além da ANPD, o Procon-SP e o Senacon também pediram esclarecimento às operadoras Claro, TIM, Oi e Vivo.
Vazamento
A PSafe descobriu em meados de fevereiro, na deep web, um vazamento de dados de 103 milhões de linhas telefônicas de duas operadoras (ainda não identificadas), incluindo detalhes dos planos, se era uma linha oriunda de portabilidade e o volume de minutos de ligações por mês. Não havia, contudo, o registro de ligações efetuadas.
Em entrevista recente ao Mobile Time, o CEO da empresa de segurança, Marco DeMello, disse que sua equipe recebeu amostras das bases e checou a validade dos dados recebidos. Nas propostas de vendas das informações vazadas, em média, os cibercriminosos pediam US$ 100 por 1 mil registros, e permitiam a venda segmentada, por cidade ou estado, por exemplo, com preços variando de acordo com o volume.